É difícil encarar a passagem do tempo de frente. A memória que já não é a mesma, o andar que não é mais firme, as mãos que tremem, o olhar embaçado...
Passei todo o feriado encarando tudo isso... Tentando observar o outro e a outra e não ver o meu futuro. Imaginar que comigo pode ser diferente.
Mas, dificilmente será. Não há muito o que fazer pra ser diferente. Me pergunto como não ser atropelada pelo tempo ou pela doença, pelo amargor, pelo abandono ou pela solidão. Algo disso inevitavelmente alcança cada um de nós em algum momento da vida.
Não sei a fórmula para escapar. É difícil não ter medo.
Mas, olhando como meus tios e tias estão, lembrando o que fizeram e como chegaram até hoje, o que me toca mais é a memória que guardo da integridade, da curiosidade, da bondade e da criatividade que tinham. Me orgulho disso, me orgulho por ter conhecido e convivido com cada um deles.
Hoje eles estão trôpegos, inseguros, esquecidos, frágeis, mas não consigo vê-los com piedade, mas sim com respeito e muito afeto.
Será que merecerei algo assim quando chegar aos meus 70 ou 80??
2 comentários:
ficar velhinha (mais) deve doer...
mas tb tem seu lado bão. A gente deixa um pouco o burburinho do mundo de lado... e, como diz a Rúbia, mastiga as bochechas pra se distrair (rs)
te cuida :)
eu vou ficar velha e chata. é fato!
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