terça-feira, agosto 28, 2007

Horóscopo do dia

Porrada

Para que a preocupação, se tudo segue em seu curso? O problema que sua alma
enxerga nesse curso é não tê-lo decidido por si mesma. Porém, pense bem: como
você poderia decidir o curso das coisa ainda permanecendo na indecisão?

terça-feira, agosto 14, 2007

Sem errar a mão

Ela desliza sobre rodinhas e vem pra mim.
Primeiro, era um arrepio na espinha a cada falta de equilíbrio, mas agora é difícil esconder o orgulho da performance perfeita. Volteios e freadas precisas...
Ela ainda chora porque não consegue alcançar o armário mais alto, e reclama porque não sabe escrever direito. Mas descobre a cada dia que as calças estão mais curtas e festeja porque a 'prô' avisou que vai ter aulas de letra de mão!
Ela me abusa, me 'explora', preenche todos os meus espaços, marca meus compromissos, faz a minha agenda, define o meu roteiro diário. Muitas vezes eu, impaciente, transbordo, me revolto, grito e esperneio, tentando encontrar no meio de tudo um espaço só meu.
Mas ela é o meu espaço, meu empurrão, meu esteio, meu sorriso, meu choro, meus momentos de reflexão. E, como ela depende do que sou, me seguro pra não cair na vida, não mudar de vez o rumo e não errar pra sempre a mão.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Frio interminável

Primeiro, foi o frio absurdo do Sul por opção.
Minuanos no rosto, a pele doendo, vermelha, trincada, prestes a sangrar.
Mas, por recompensa, as cores de gorros, luvas, cachecóis e sobretudos, as emoções de trenós e cavalos no meio de matas e a noite regada a vinho seco e bom e fondue, a cama aquecida de carinho e edredon. O calor do merecido e caro descanso.

Pouco tempo e vem o frio da terra, cinza, úmido e fedido. Mas, enfim, é este o chão que lhe pertence.
A chuva fina que deprime, o desânimo do não ter e nem saber o que fazer e a coragem de ficar apenas sob o velho cobertor xadrez, vendo filmes infantis durante a tarde, curtindo um ócio merecido e uma espera interminável. Vinho só o doce e barato. Sopa, só congelada. Calor? Só o de dentro, formado por fantasias inconfensáveis.

E agora, é este frio interminável de manhãs escuras que nunca clareiam naquela sala, as mãos e os pés como gelo que não derrete, no peito o ar rasga e dói: ele falta e te desrespeita.
A fricção é inútil e mesmo as blusas se amontoam em seu corpo sem nenhum resultado.
À noite, a água do chuveiro deve ferver, o aquecedor deve estar no seu limite máximo e o pijama deve se parecer com roupa de palhaço. É o único aconchego, o melhor. O calor vem da raiva, mas há consolo no abraço.

E, em tudo, também há a lágrima que, se cair, virá fria, ácida ou amarga, como o seu tempo.

domingo, agosto 12, 2007

Exame médico

Como dói o silêncio!

Sem palavras eu não existo, ou sou invisível.

Sabe quando você vai ao médico, ele te olha, te mede, escuta o teu coração, faz anotações numa ficha, assina uma guia, uma receita e demora pra te olhar e dirigir a palavra? E quando abre a boca é pra ser tão frio e técnico que só te paralisa?

É esse silêncio "ético" e "profissional" que eu odeio.
E outros tantos também:
o silêncio para não se comprometer,
o silêncio pra não apoiar,
o silêncio pra te deixar na dúvida,
o silêncio pra te derrubar,
o silêncio apenas pra concordar e não ter trabalho de discutir.... há uma lista deles.

Prefiro quando me xingam.
Grite comigo! Diga que estou errada! Se defenda!
Mas não me deixe sem ouvir sua voz, ler sua palavra.

E não permita que eu fique em silêncio!
O meu silêncio nunca é opção.
É medo, é dúvida, é dor.

Ele voltou

Não sei explicar, mas deve ter um motivo bem técnico pra este blog sumir da minha tela durante alguns dias. Deve também ter um motivo bem irracional pra eu não me importar muito com isto, ou seja, não arrancar os cabelos e querer quebrar o computador.

Às vezes, a gente cala por dentro, e ando meio assim nos últimos tempos. Não ter onde escrever (pelo menos não ter o lugar onde gosto de escrever) veio até bem a calhar...

O fato é que hoje ele voltou num susto sem eu fazer muito esforço, ou melhor, nenhum esforço. A vida é assim mesmo... As situações se colocam sem a gente entender direito e muitas vezes se resolvem sozinhas, quando a gente menos espera.