terça-feira, abril 28, 2009

O sorriso de Monalisa

A Bia tem tido aulas de artes na escola. Outro dia, me disse que adorava a Monalisa, que era a pintura mais importante do mundo. Perguntei a ela se sabia que a Monalisa "olhava para as pessos". E ela me respondeu:

- Sei, mãe. É assim: se você olha a Monalisa de frente, parece que ela está olhando para você. Se você a vê de lado, parece que ela está olhando de lado para você.... Mas.... se você está olhando a Monalisa de costas..... Bem, aí não dá pra ver nada, né!

É, tem muita gente por aí tentando ver a Monalisa de costas!





Tudo terminando bem

Adoro dias como o de hoje. Começou, assim, sem nenhuma perspectiva e terminou.. ah, em paz, feliz eu diria.
Madruguei para estar no jornal às 7h. Mau humor em alta, é lógico. Sono, trânsito, frio, neblina e, na pauta, a gripe do porco a me atormentar.
Vamos lá, cada coisa tem que ser feita no seu horário, e eu esquecendo várias das coisas: o post no blog, a entrada na rádio, a ronda na internet, o fone tocando, o rádio e a TV ligados, tudo ao mesmo tempo agora.
Deus!, eu ainda tenho que finalizar a pauta (e é lógico que não vou conseguir almoçar) e depois ainda tenho que escrever a coluna toda do próximo domingo para fechar hoje. E, para piorar, minhas tonturas estão voltando, já sei, estou relaxando na dieta.
A manhã passou num piscar de olhos e eu ainda tenho uma reunião às duas e preciso comer. Engulo uma sopa quase que na hora do lanche. Quando vejo, são 4 da tarde. E ainda falta a coluna do próximo domingo. E tenho que pegar a Bia no ballet às 8 e meia - não dá pra sair muito tarde do jornal.
Então, comecei a escrever, entre a pergunta de um repórter, o telefone tocando, o chefe me chamando. Fui puxando uma lembrança aqui, um frase acolá, parava, voltava a escrever. Pensei: "Esta vai ficar horrível", mas vamos continuar. Descarto quase tudo que rascunhei ontem à noite, quando estava sentada na minha cama, com a Bia do lado, lendo gibi.
E, quase 7, terminei. E.... adorei o que escrevi. Como há muito não gostava. Ficou demais.
Foram 12 horas dentro do jornal e, por incrível que pareça, sai de lá feliz.
Dando graças por não desistir de escrever. É que, nestes dias nebulosos, eu muitas vezes penso em parar...
Bem, o resto da noite foi ótimo. No carro, voltei rápido ao som "The Miracle of Love", peguei a Bia, passeamos no clube e agora estou aqui. Fechando a noite.
Dia normal. Dia em que, no fim, tudo terminou bem.

:)

domingo, abril 26, 2009

Agora com os pés no chão

Parece que agora eles pisaram no chão.
É como se nenhum deles quisesse mais se arriscar em devaneios e fantasias.
É um pouco triste isso. Porque o que há por trás é uma tentativa de brecar o desejo.
Mas o desejo é como um curso d'água represado, que um dia precisa escoar.
Então, com os pés no chão, eles se esforçam para contê-lo, mas intuem que um dia ele vai transbordar descontroladamente. Novamente.
Só não sabem de qual forma. E se isso lhes trará a felicidade.

Mas também há nisso o seu lado bom. Sempre há.
Com os pés nos chão, eles repassam sua história, analisam o que foi certo e errado.
Eles afastam as culpas, acalmam o coração, respiram com folga.
Talvez sonhem. Quem sabe têm planos curtos, porque não querem mais nada a longo prazo. Pode ser.
É que nada que tentem pensar além alegra a sua alma.
É certo que vivem conformados por ter o mínimo, e se sentem seguros porque o mínimo está no agora, na vida que parece real.
Mas não é.

quarta-feira, abril 22, 2009

Uma História um Pouco Esquisita

Era uma vez um príncipe diferente dos outros. Ele era um pouco feio, um pouco estranho, um pouco torto e um pouco azarado também.

Um dia, esse príncipe foi preso na torre por uma princesa horrorosa, chata, mandona e feia de doer. O coitado ficou se sentindo muito mal, pior que um sapo perdido na areia do deserto.

Por sorte, uma bruxa muito interessante, bonita, alegre e engraçada ficou sabendo da terrível maldade. Não perdeu tempo, montou o cavalo nas costas e correu para lá.

Chegando, gritou: "Ó príncipe amado, joga-me tuas tranças! Eu vim te salvar!"

O príncipe ficou tão feliz com a chegada dela que, sem pensar, pulou lá de cima. Caiu no cavalo, quebrou uma perna, dois dentes da frente, torceu as costelas, rasgou toda a roupa e, como se não bastasse, perdeu a peruca também. O que aconteceu com o pobre cavalo ninguém sabe.

O príncipe se arrebentou inteiro, mas a bruxa, que o amava, cuidou tão bem dele que o moço ficou bonzinho, só um pouco mais torto do que antes.

A bruxa e o príncipe mudaram para longe, para uma terra distante, bem mais bonita que aquela, e compraram um castelo antigo, lindo, que ficava no alto de uma montanha. E aí aconteceu, de verdade, o que ninguém acreditava que fosse acontecer; eles viveram juntinhos para sempre, felizes, cheios de amor.

FIM

NOTA DE RODAPÉ: Um dia, quando eles já eram velhinhos e continuavam felizes, ficaram sabendo que a princesa malvada tinha se casado com um dragão. Um dragão que sabia queimar a maldade dela com o fogo das ventas.


Este texto não é meu. É do Felpo Filva, personagem da Eva Furnari. É que tenho lido muitos livros infantis ultimamente. Até porque a Bia tem 8 e leio tudo o que cai nas mãos dela. Outro dia, na escola, pediram a leitura do Felpo Filva (Moderna). Adorei. Acho que porque continuo romântica, acreditando no amor quando todo mundo já tem a certeza de que ele é impossível e improvável. Que pessoa teimosa eu sou. Ainda bem.

:-)