segunda-feira, outubro 17, 2011

Saudades

Às vezes tenho saudades de não sei o quê

Vem com um frio bom no coração

E um sorriso suave no rosto

Sei... é algo que não vivi

Algo que ainda virá

E que eu não tenho a menor ideia do que será

Mas virá!

Eu sei

Virá!

:-)

sábado, outubro 08, 2011

Bonito

Adorei este cantor espanhol, sua música, seu estado de espírito. Inspirador pra estes dias de solidão.



Bonito, todo me parece bonito
Bonita mañana
bonito lugar
bonita la cama
qué bien se ve el mar
bonito es el día
y acaba de empezar bonita la vida
respira, respira, respira

El teléfono suena, mi pana se queja
la cosa va mal, la vida le pesa
que vivir así ya no le interesa
que seguir así no vale la pena
se perdió el amor, se acabó la fiesta
ya no anda el motor que empuja la tierra
la vida es un chiste con triste final
el futuro no existe pero yo le digo...

Bonito todo me parece bonito

Bonita la paz, bonita la vida
bonito volver a nacer cada día
bonita la verdad cuando no suena a mentira
bonita la amistad, bonita la risa
bonita la gente cuando hay calidad
bonita la gente que no se arrepiente
que gana y que pierde, que habla y no miente
bonita la gente por eso yo digo...

Bonito, todo me parece bonito

Qué bonito que te va cuando te va bonito,
qué bonito que te va

Bonito, todo me parece bonito
La mar la mañana, la casa, la sombra,
la tierra, la paz y la vida que pasa.
Bonito, todo me parece bonito.
Tu calma, tu salsa, la mancha en la
espalda, tu cara, tus ganas el fin de semana

Bonita la gente que viene y que va
bonita la gente que no se detiene
bonita la gente que no tiene edad
que escucha, que entiende, que tiene y que da

Bonito Portet, bonito Peret
bonita la rumba, bonito José
bonita la brisa que no tiene prisa
bonito este día, respira, respira
Bonita la gente cuando es de verdad
Bonita la gente que es diferente
Que tiembla, que siente
Que vive el presente
bonita la gente que estuvo y no está.

Bonito, todo me parece bonito.

Qué bonito que te va cuando te va bonito,
qué bonito que te va.
Qué bonito que se está cuando se está
bonito qué bonito que se está.

Bonito, todo me parece bonito




quinta-feira, setembro 15, 2011

domingo, agosto 28, 2011

Reinventar a vida

Tenho pensado muito nisso ultimamente...
como fazer? a gente sempre sabe como...
só há de ter coragem pra começar...
parar de só pensar
Sair da "zona de conforto"...
e fugir dessa desesperança!

\o/

quarta-feira, agosto 24, 2011

Sem palavras

Em dias como os de hoje, de tosse, cinza e frio, as palavras são poucas e as músicas falam muito mais...

Ainda bem que temos as músicas...

Um pouco de calor

;-/

domingo, agosto 21, 2011

Sem palmas

O grito do homem me paralisou. O tom de sua voz tinha o mesmo desespero do menino e foi por isso que eu me lembrei dele, com sua linha rompida. Por um instante pensei: será que lá no passado a linha desse homem também se partiu? Tanto desespero assim e agora por causa de uma linha que caiu? Mas o que parecia não era. Não para aquele homem. Aquilo era era só um tom muito forçado. O grito mais alto para fazer o outro calar. No olhar não tinha desespero. Tinha só o risco de uma cena imaginada e que ali, na esquina escura, encontrou o seu palco perfeito. E a plateia? Apenas eu, que fui embora sem bater palmas.
 ...

quarta-feira, agosto 10, 2011

Novidade no blog da Vivi Colin

A revista mudou e o blog ganhou ilustrações do Pedro Ewbank.

Olha a primeira:

A noite foi por água abaixo

Só falta o livro, agora.

:-)

terça-feira, agosto 09, 2011

A linha rompida

Foi numa manhã como essas de inverno, de sol forte, céu azul e muito vento, que eu vi, surpreendida, o seu desespero. Wellington vivia em um abrigo. Era órfão ou tinha sido abandonado pela família, a gente nunca sabia direito. Mas o fato é que estava com pouco mais de 8 anos e era lindo. Quando eu comecei a acompanhar a rotina daquelas crianças, ele era o mais arredio. Depois, aos poucos, fomos ficando próximos e ele era o que eu mais amava. Acho que porque era ele o mais difícil de se lidar.
Naquela manhã, ele estava feliz da vida porque tinha ganhado uma pipa toda colorida. Ele e outros meninos do abrigo estavam  curtindo os brinquedos, que vários tinham também. Várias pipas coloriam o céu do abrigo. O lugar era amplo.Tinha um descampado e lá Wellington corria e manobrava sua pipa no ar.
De repente, uma gritaria e o menino aparece correndo, vindo em minha direção, chorando, desesperado.
- Minha pipa!!! - era tudo o que ele conseguia dizer no meio dos soluços. Ele tinha perdido o brinquedo, cujo fio foi cortado por uma linha cortante.
Eu só conseguia lhe dar o meu consolo, mas dizer que aquilo não era nada, que a pipa era "só" um brinquedo, que a gente arrumava outro não adiantava. Ele não escutava, não queria abraço, nem carinho. Só corria e gritava. Ele voltou a se esconder no seu quarto. Toda a raiva contra o mundo parece que voltou ao seu coração. E eu me senti uma inútil.
Fui conversar com a psicóloga do abrigo e ela me explicou a situação. Disse que, para meninos como Wellington, desprovidos de tudo, a pipa, voando livre no ar, tinha um significado único - era a liberdade que ele queria ter. A liberdade que ele comandava. E que, naquele momento em que o fio foi cortado e ela voou para longe, no coração imaturo daquela criança pra lá de carente, era mais uma perda e um motivo de desesperança: significava que com o brinquedo colorido ia também sua chance de estar fora dali.
Eu entendi a lógica, mas continuei sem ter nada a fazer naquele momento. Simplesmente não sabia como agir, já que falar, com os meus argumentos lógicos, não adiantava nada. Wellington era só emoção, uma emoção que  nem ele sabia descrever.
;-(


quinta-feira, agosto 04, 2011

Uma cena na esquina

Acho que só ela viu que eu chorei.
Paralisada atrás do  meu volante, sem piscar para não perder nada da cena que, para minha surpresa, se desenrolava na frente. Eu estava hipnotizada, como numa sala de cinema. Mas estava parada num farol.
A pequena e o gigante.
A menininha dando uma flor a um homem embrutecido pela cidade, pela fuligem, pelo trânsito e pela pobreza. Mas ela dizia com os olhos e os gestos tímidos que aquele grandalhão era tudo para ela, seu porto. Ele era doce.
Só a mulher  percebeu que eu vi. Ela olhava a filha, segurava o bebê e me observava, incrédula com a minha reação. E ela sorriu para mim, disfarçando também, meio cúmplice, como que aprovando minhas lágrimas que já ardiam debaixo daquele sol abafado de duas da tarde.
Ela percebeu que eu entendi? Que eu captei a mensagem?
Acho que sim.
Ele, por outro lado, diz pra me provocar que isso não é motivo de história, que as picantes são sempre melhores, que flores para pais presenteadas por menininhas são cenas comuns.
E eu respondo: É, pode ser. Mas amor bruto, inocente e puro no meio de uma tarde dura de trabalho na metrópole é, para mim, ouro puro, diamente raro, peça guardada com cuidado pra eu nunca mais esquecer.
Será que ele vai captar a mensagem?
...

sábado, julho 30, 2011

Me espie

O dia que você não me espia eu me ressinto.
Entristeço mesmo, fico de bico.
No começo, juro, eu não ligava.
Nem percebia que você me vigiava.
Se me falassem, eu respondia: "Imagina, bobagem, nada disso".
Mas, agora, eu sei: você me espia como um vício.
E o meu vício é sentir que você me espia.
Por isso, disfarça, mas me leia, me olhe.
Mesmo que só bem rapidinho, com um piscar de olhos.
Me espie, me espie, me espie.

:-)

segunda-feira, julho 25, 2011

Itamar

Inquieto e doce, como você.
No final, é isso o que fica. É o que importa.
Ou pelo menos É
o que Eu quero guardar de você.
;-)

domingo, julho 17, 2011

A porta está aberta

Penso que é o medo de crescer.
Só isso pode explicar tanta lágrima, tanto desespero, tanto apego...
Ela me abraça e não me deixa sair.
Parece não lembrar que, na verdade, é ela que vai partir.
Eu estou seguindo a minha rotina.
Ela, daqui a pouco, vai desbravar mundos desconhecidos, onde eu não farei parte, serei lembrança.
E talvez saudades.
O passeio das férias, tão comum, de repente, fica tão grande.
Mas ela chora tanto que os meus olhos também se enchem de lágrimas.
...
E se quiser voltar antes? Pode.
E se quiser ligar? Liga.
Me liga todo dia? Ligo.
...
Quer desistir? Claro que não. Está na hora, eu sei.
Ela vai ter de enfrentar aquele frio na barriga que dá quando a porta está aberta e é a gente, e só a gente, que escolhe para qual lado virar.
;-)

sexta-feira, julho 15, 2011

Trilha sonora da minha vida 2

Atire a primeira pedra quem nunca, mas nunca mesmo mentiu para si mesmo.
E que não teve a impressão que via coisas que ninguém mais via...
E como é bom quando a gente percebe que não sabe tudo.....

"Quase sem querer", na a minha versão preferida, com a Zélia Duncan.....


Quase Sem Querer



Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Renato Rocha


Tenho andado distraído,

Impaciente e indeciso

E ainda estou confuso,

Só que agora é diferente:

Sou tão tranqüilo e tão contente.



Quantas chances desperdicei,

Quando o que eu mais queria

Era provar pra todo o mundo

Que eu não precisava

Provar nada pra ninguém.



Me fiz em mil pedaços

Pra você juntar

E queria sempre achar

Explicação pro que eu sentia.

Como um anjo caído

Fiz questão de esquecer

Que mentir pra si mesmo

É sempre a pior mentira,

Mas não sou mais

Tão criança a ponto de saber tudo.



Já não me preocupo se eu não sei por que.

Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê

E eu sei que você sabe, quase sem querer

Que eu vejo o mesmo que você.



Tão correto e tão bonito;

O infinito é realmente

Um dos deuses mais lindos!

Sei que, às vezes, uso

Palavras repetidas,

Mas quais são as palavras

Que nunca são ditas?



Me disseram que você

Estava chorando

E foi então que eu percebi

Como lhe quero tanto.



Já não me preocupo se eu não sei por que.

Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê

E eu sei que você sabe, quase sem querer

Que eu quero o mesmo que você.

terça-feira, julho 05, 2011

O SOL, O SOL, O SOL

Ele apareceu... e não importa se o vento é ainda frio, se o Ele está escondido em uma névoa fina...
O importante é o brilho e a cor que o Sol traz ao dia.
Eu ficaria o resto da tarde sob ele, de olhos fechados, só pra curtir aquelas múlplicas cores que vão se formando na minha pálpebre... Viva o bom humor que vem com o seu calor!!

segunda-feira, julho 04, 2011

Não é o frio

É a falta de Sol, de Luz e de Cor que me deixa assim, cabisbaixa.
O frio eu aguento e até gosto.
Cachecol e casaco longo, botas de couro e luvas.
É charmoso.
Mas o dia inteiro cinza me cansa e entristece.
Já li que natural.
Dias nublados provocam mesmo mais depressão na população em geral.
Ainda não entrei nas estatísticas desta doença horrível.
Minha depressão não é patológica.
É sazonal.
Ela sara com "tardes de Outono".
Mas, até lá, acho que vou beber uma boa taça de vinho quando chegar em casa.
;-)

quinta-feira, junho 30, 2011

Debate sobre o amor

A Jussara me mandou um texto e a gente ficou falando, por e-mail, sobre o assunto. Gosto mesmo de falar e escrever sobre o amor. E ela, que é sábia, numa de suas respostas, me disse.

"...na verdade, não tem fácil ou difícil. Tem o amor. Acontece ou não. Pode ser à primeira vista, após anos de convivência, de amizade ou de inimizade. Uma hora ele chega - e a gente nem sabe de onde. O amor bom é sempre aquele que a gente vive."

Certíssima, Ju.

Segue o texto que deu origem à conversa.
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O amor bom é facinho


 Ivan Martins, é editor-executivo de ÉPOCA



Por que as pessoas valorizam o esforço e a sedução?

Há conversas que nunca terminam e dúvidas que jamais desaparecem. Sobre a melhor maneira de iniciar uma relação, por exemplo. Muita gente acredita que aquilo que se ganha com facilidade se perde do mesmo jeito. Acham que as relações que exigem esforço têm mais valor. Mulheres difíceis de conquistar, homens difíceis de manter, namoros que dão trabalho - esses tendem a ser mais importantes e duradouros. Mas será verdade?

Eu suspeito que não.

Acho que somos ensinados a subestimar quem gosta de nós. Se a garota na mesa ao lado sorri em nossa direção, começamos a reparar nos seus defeitos. Se a pessoa fosse realmente bacana não me daria bola assim de graça. Se ela não resiste aos meus escassos encantos é uma mulher fácil – e mulheres fáceis não valem nada, certo? O nome disso, damas e cavalheiros, é baixa auto-estima: não entro em clube que me queira como sócio. É engraçado, mas dói.

Também somos educados para o sacrifício. Aquilo que ganhamos sem suor não tem valor. Somos uma sociedade de lutadores, não somos? Temos de nos esforçar para obter recompensas. As coisas que realmente valem a pena são obtidas à duras penas. E por aí vai. De tanto ouvir essa conversa - na escola, no esporte, no escritório - levamos seus pressupostos para a vida afetiva. Acabamos acreditando que também no terreno do afeto deveríamos ser capazes de lutar, sofrer e triunfar. Precisamos de conquistas épicas para contar no jantar de domingo. Se for fácil demais, não vale. Amor assim não tem graça, diz um amigo meu. Será mesmo?

Minha experiência sugere o contrário.

Desde a adolescência, e no transcorrer da vida adulta, todas as mulheres importantes me caíram do céu. A moça que vomitou no meu pé na festa do centro acadêmico e me levou para dormir na sala da casa dela. Casamos. A garota de olhos tristes que eu conheci na porta do cinema e meia hora depois tomava o meu sorvete. Quase casamos? A mulher cujo nome eu perguntei na lanchonete do trabalho e 24 horas depois me chamou para uma festa. A menina do interior que resolveu dançar comigo num impulso. Nenhuma delas foi seduzida, conquistada ou convencida a gostar de mim. Elas tomaram a iniciativa – ou retribuíram sem hesitar a atenção que eu dei a elas.

Toda vez que eu insisti com quem não estava interessada deu errado. Toda vez que tentei escalar o muro da indiferença foi inútil. Ou descobri que do outro lado não havia nada. Na minha experiência, amor é um território em que coragem e a iniciativa são premiadas, mas empenho, persistência e determinação nunca trouxeram resultado.

Relato essa experiência para discutir uma questão que me parece da maior gravidade: o quanto deveríamos insistir em obter a atenção de uma pessoa que não parece retribuir os nossos sentimos?

Quem está emocionalmente disponível lida com esse tipo de dilema o tempo todo. Você conhece a figura, acha bacana, liga uns dias depois e ela não atende e nem liga de volta. O que fazer? Você sai com a pessoa, acha ela o máximo, tenta um segundo encontro e ela reluta em marcar a data. Como proceder a partir daí? Você começou uma relação, está se apaixonando, mas a outra parte, um belo dia, deixa de retornar seus telefonemas. O que se faz? Você está apaixonado ou apaixonada, levou um pé na bunda e mal consegue respirar. É o caso de tentar reconquistar ou seria melhor proteger-se e ajudar o sentimento a morrer?

Todas essas situações conduzem à mesma escolha: insistir ou desistir?

Quem acha que o amor é um campo de batalha geralmente opta pela insistência. Quem acha que ele é uma ocorrência espontânea tende a escolher a desistência (embora isso pareça feio). Na prática, como não temos 100% de certeza sobre as coisas, e como não nos controlamos 100%, oscilamos entre uma e outra posição, ao sabor das circunstâncias e do tamanho do envolvimento. Mas a maioria de nós, mesmo de forma inconsciente, traça um limite para o quanto se empenhar (ou rastejar) num caso desses. Quem não tem limites sofre além da conta – e frequentemente faz papel de bobo, com resultados pífios.

Uma das minhas teorias favoritas é que mesmo que a pessoa ceda a um assédio longo e custoso a relação estará envenenada. Pela simples razão de que ninguém é esnobado por muito tempo ou de forma muito ostensiva sem desenvolver ressentimentos. E ressentimentos não se dissipam. Eles ficam e cobram um preço. Cedo ou tarde a conta chega. E o tipo de personalidade que insiste demais numa conquista pode estar movida por motivos errados: o interesse é pela pessoa ou pela dificuldade? É um caso de amor ou de amor próprio?

Ser amado de graça, por outro lado, não tem preço. É a homenagem mais bacana que uma pessoa pode nos fazer. Você está ali, na vida (no trabalho, na balada, nas férias, no churrasco, na casa do amigo) e a pessoa simplesmente gosta de você. Ou você se aproxima com uma conversa fiada e ela recebe esse gesto de braços abertos. O que pode ser melhor do que isso? O que pode ser melhor do que ser gostado por aquilo que se é – sem truques, sem jogos de sedução, sem premeditações? Neste momento eu não consigo me lembrar de nada.

quarta-feira, junho 29, 2011

Sem motivo

Ela chora assim, sem ter motivo. Ela mesma não sabe o que é. Ou tem vergonha de dizer, de reconhecer.
Que tem medo, saudade,  solidão. Eu faço de conta que não entendo, dou beijinho, carinho, bronca, enxugo suas lágrimas, tudo pra tentar fazê-la ser forte. Eu acho que tenho de fazer ela ser forte. Mas, ao mesmo tempo, me pergunto: será? Quantas vezes eu mesma já não chorei assim, sem motivo, sem saber dizer direito o porquê. Agora mesmo é o cansaço, a mágoa, o medo, o ciúme... ou um pouco de tudo isso, tudo junto e misturado, que parece formar uma grande bolha que precisa explodir lá dentro. Então, eu a deixo chorar, e digo "chora mesmo", mesmo sem ter um motivo pra explicar. Daqui a pouco vai passar. Eu prometo

segunda-feira, junho 27, 2011

Aqueles dias

Todo mundo passa por eles, eu sei.
Aqueles dias que tudo parece estar errado, mesmo que não esteja.
Mesmo que, quem lhe veja, pense que você está forte e feliz...
É uma raiva incontida, uma vontade de ter uma boa notícia pra espairecer, uma dificuldade para melhorar o humor, uma lágrima que teima em ficar pendurada no olho, uma impressão que em vez de falar você vai latir, grunhir....
É hoje... E escrevo pra ver se passa.
Minha letra serve pra mim como uma prece pedindo aos Céus para passar....
...
;-(

domingo, junho 26, 2011

O melhor do plantão

E talvez a única coisa boa do plantão, é sentir a vibração dos torcedores fanáticos de futebol...
Em casa nem TV eu estaria vendo. Aqui sou obrigada e ver dois jogos ao mesmo tempo.
E, agora mesmo, estou adorando está gritaria de felicidade corinthiana.... hehe...
Viva o meu segundo time!!!

:-)

sexta-feira, junho 24, 2011

O amor é um fungo

É o título do texto da Isabela, no blog Novo Mundo... Muito bom. Tinha de deixar registrado aqui, pra encontrá-lo rapidamente quando tiver voltado de reler... Ah, quer ler? É só clicar no título...
...

quinta-feira, junho 23, 2011

SOU PÉ QUENTE!

Viva o Santos!!

:-)

quarta-feira, junho 22, 2011

Tenho um time

Vou declarar já que o jogo está no começo.
Depois de uma longa e minuciosa análise (começou na Copa), eu, definitivamente, virei Santista..

E, se o meu time perder este jogo agora, ninguém ouse me acusar de pé frio!

:-)

quarta-feira, junho 15, 2011

Trilha sonora da minha vida 1

E Tudo Mais


São várias as músicas da nossa vida. Mas essa eu escutei hoje. E é o que eu penso hoje.


Lulu Santos


Tudo o que eu sonhei

Está na minha frente

Tudo caminhando num processo longo de ser gente

Está em nossas mãos

É a nossa vida

Cada escolha sempre determina

O que vem em seguida (2x)



E do outro lado dessa linha

Aonde está você?

Que é pra onde eu miro

Que é quem pode me ler

Mas se por acaso falhar esta ligação

A minha casa do chão

segunda-feira, junho 13, 2011

Acabou o inferno

É, agora que não tem mais o inferno astral, eu estou só por minha conta.
Feliz ano novo, Vivix!

:-)

terça-feira, junho 07, 2011

Adoro a sincronicidade

No começo desta semana, eu, como sempre, estava no carro indo para o trabalho... É uma parte do dia que eu adoro... Uma hora de música e reflexão... E comecei a lembrar de canções do meu passado, de shows que curti... Acho que foi porque estava escutando algo do Zé Ramalho ou do Zé Rodrix, sei lá...
Mas o legal é que fui lembrando de todos e rindo sozinha... E, de novo, revivi uma história que adoro contar:

Quando eu era professorinha e dava aula no maternal, não ensinava aos pequenos de 3 anos apenas aquelas musiquinhas infantis... As mães estranhavam as cançõess que as crianças começavam a cantar em casa... E vinham me perguntar que versos bacanas eram aqueles:
"Tudo é uma questão de manter, a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo...".
ou
"Não me pergunte, não me responda, não me procure e não se esconda. Não diga nada, saiba de tudo, fique calado, me deixe mudo....  Seja no canto, seja no centro, fique por fora, fique por dentro.. Seja o aveso, seja a metade, se for começo, fique a vontade...".

(Será que lembrei tudo?)

Elas não o conheciam. Não podiam imaginar que eu tinha grudado na porta do meu guarda-roupas até o autógrafo dele. Eu me atrapalhava para explicar, mas elas, no final, curtiam saber que seus filhotes estavam aprendendo música mais modernosa... Se sentiam incluídas.

Eu adoro mesmo contar esta história... Dá bem a dimensão da minha vida...  querendo sempre marcar a vida dos outros de um jeito muito particular, nem que seja uma marca bem pequena.
E adoro falar dessas músicas, mesmo correndo o risco de ser chamada de antiga... cada vez que as escuto entendo um pouco mais o que significam... É como se fossem preces.

:-)

sábado, junho 04, 2011

Eu estou aqui

Acho, sinceramente, o fato de existir a melhor parte da vida.
É que é surpreendente!
Tanta coisa, tanto motivo para desaperecer rápido daqui, somos tão frágeis, mas sobrevivemos.
E eu, apesar dos tropeços, quero mesmo mais e mais vida.
:-)

segunda-feira, maio 30, 2011

Um amigo leve

A Danuza Leão (Folha de São Paulo - 29/05/11) disse tudo neste texto.
Só que eu procuro este amigo há muito tempo... onde será que ele está?
Como ele mesmo diz... É coisa rara.  Segue o texto:


É SEMPRE ASSIM: com tanto para fazer e sem tempo para nada, a gente acaba negligenciando um monte de coisas, entre elas nossos afetos.


E como os sentimentos não sobrevivem sem uma certa atenção, um dia se começa a achar que o coração não consegue -e nunca mais vai conseguir- gostar, ou ao menos sofrer por alguém.


Mas o tempo passa, aquele amigo que a gente via o tempo todo viaja e um belo dia você sente saudades dele. Preste atenção: esse fato é mais merecedor de uma comemoração do que qualquer data querida. Ter saudades de um amigo, há quanto tempo isso não acontecia? Ah, que coisa boa.


Uma simples saudade faz com que você se sinta viva, mesmo que sejam saudades apenas de um amigo -como se um amigo pudesse ser chamado de "apenas". Mas tantas vezes você amou apaixonadamente, e quando ele fez uma viagem sentiu um alívio, até para descansar de tanta paixão e poder se encher de cremes, sem ele por perto para reclamar? E tem melhor do que de vez em quando ter aquela cama enorme só para você, e até dormir com a televisão ligada?


Ter um amigo é coisa muito boa, e sendo um que não te patrulha, não te inveja, não te analisa nem discute a relação, é bom demais -e raro. Um amigo tão bom que te aceita do jeito que você é, que não faz perguntas indiscretas, que te entende e está por ali sem ser, jamais, invasivo. Você sabe de certas particularidades dele, ele das suas, mas delas não falam, só quando é necessário. E com pouca intimidade.


O excesso de intimidade pode ser fatal, mesmo entre mãe e filho, marido e mulher. A intimidade física não é nada, perto da dos pensamentos e sentimentos. Pode ser pior do que ouvir a pergunta "em que você está pensando?". Pode sim: é quando alguém tenta analisar a razão pela qual você disse ou fez determinada coisa num determinado dia, pretendendo, assim, conhecer você melhor do que você mesma se conhece.


Um distanciamento saudável é indispensável às boas relações humanas.


Qual a primeira qualidade que deve ter um amigo? Bem, além das clássicas, como lealdade, fidelidade, discrição sobre as intimidades que ouviu nas horas do aperto, disponibilidade para escutar as histórias, bom humor, e mais o quê? Leveza. Ter um amigo leve é uma benção dos céus.


Não espere dele considerações sobre a vida e a complexidade dos sentimentos humanos, mas ninguém será melhor companhia para jantar, viajar, conviver, do que um amigo leve. Já pensou, passar três dias seguidos com um amigo profundo? Se estiverem tomando banho de mar, ele pode se lembrar do tempo em que era criança, falar da relação que tinha com a mãe e o pai, e daí para cair no divã é um pulo; eles gostam de falar como são tolos os banqueiros e políticos, que só pensam em dinheiro e poder e não compreendem que a vida real etc. etc., quanta profundidade.


Com essa mania, quando estão numa rede em frente à praia, comendo um camarãozinho frito e tomando uma cerveja estupidamente gelada, se esquecem de que nessa hora o bom é não pensar em nada.


É isso que faz um amigo leve; ele não diz nada, apenas usufrui a vida, e quem tiver a sorte de estar perto dele vai ter momentos de grande felicidade - ou pelo menos quase isso.


Com um amigo assim, até a vida fica mais leve.

domingo, maio 29, 2011

Venha sol

Venha, venha sol
curar este inferno astral que inferniza a minha alma....
....

terça-feira, maio 17, 2011

Terreno fértil

Fase estranha essa... me sinto como um terreno fértil, pronto para ser semeado. E sendo semeado aos poucos.

É vida que parece se esparramar por todos os meus poros... uma felicidade boa, sem nenhuma pretensão de ser mais do que ela é ou ter mais do que ela tem.

E, melhor, não há nada de muito especial acontecendo... Só o dia a dia, só o de sempre, só o esperado (Às vezes, muito às vezes, tem um inesperado sim, mas isso é outra história :-).

E talvez seja isso o melhor da vida - o imponderável estar  dentro do nosso cotidiano, sem tropeços, nem grandes expectativas, sem pensar que a vida pode ser melhor do que é.

Simplesmente porque ela é do jeito que tem de ser.

:-)

quinta-feira, maio 05, 2011

Gostos e desgostos

O que eu gosto é do toque
Gosto do cheiro da pele lisa
E do perfume que fica em minhas mãos depois

O que eu gosto é da conversa sem compromisso
Das histórias que se diz e que eu nunca sei
se são exageros ou meias-verdades

Eu gosto é do espanto, do sorriso e do cansaço

Mas há algo também que não gosto
De um certo estranhamento
Um não sei quê sem nome que fica no ar às vezes

Um risco de olhar sem confiança
Uma frase solta, sarcástica
Um suspiro de impaciência

Coisas assim que não sei definir
E que me fazem sair um pouco da linha
Dessa nossa linha imaginária

E ficar meio de lado
Esperando o tempo passar
E tudo, de novo,  se arrumar

;-)

sexta-feira, abril 15, 2011

A ficha ainda não caiu

As caixas estão espalhadas pela redação. Estão em cima das mesas, sob as balcões, nos corredores. É mais uma despedida pela qual eu passo. Tem gente até tirando fotos, fazendo filmes... É o nosso último dia aqui. Nessa onda de mudanças que tomou conta da minha vida nos últimos dois anos, esta é a mais involuntária. Até agora não caiu a ficha. Sair do Centro de SP me parece um fato ainda distante, como um plano de viagem que você não sabe quando será realizada de verdade. Mas, o fato, a verdade, é que na próxima segunda-feira estaremos longe daqui, muito longe daqui. E muito mais longe ainda da minha casa. Será uma viagem diária. Por quanto tempo? Eu não sei. Vai valer a pena? Terei que pagar e esperar para ver? Terá volta? Estou apostando que sim.

;-(

terça-feira, abril 05, 2011

Protocolada é sempre melhor

A dor já estava lá. Eu acordei sabendo que seria difícil sair da cama. Mas teimei. Num esforço enorme, arrastei as pernas para fora do colchão e coloquei os pés no chão. Dei um impulso e fiquei em pé. Mas os músculos das minhas costas não me obedeciam. Malditas seis horas de aula de dança que eu tinha feito no sábado. Só podia ser isso: excesso de esforço. E as minhas costas doiam. Encostei a cabeça e as mãos da parede numa tentativa de alongar, e acho que foi esse o meu erro. Devia ter voltado para a cama. Mas tudo aconteceu mais rápido do que o meu raciocínio: veio o zunido no ouvido, os olhos turvos, a escuridão e....cataplof - o chão. Cai de lado, do lado esquerdo, e assim fiquei.
Não entendo até agora porque eu não voltei a sentar na cama. Quem sabe se foi porque a expectativa pelo domingo era tão grande, eu e a Bia tínhamos combinado de fazer tanta coisa, e aquela dor horrível nas costas chegou tão fora de hora... sei lá. Só pode ter sido isso. Só sei que o que ouvi na sequência foi uma garotinha gritando "MÃE!!!, VOCÊ CAIU!!!" E se desesperar tanto que eu, mesmo sentindo calafrios pelo corpo todo, transpirando gelado com a pressão em baixa, me esforcei e consegui não desmaiar. Só falava, "Calma, Bia. Liga para o seu pai! Eu estou bem." E ela ligou, chorando... O vizinho ouviu a balburdia e veio ver o que era. "Não levanta, Viviane, pode ser grave!". A Bia falando: "Mãe, você está sangrando!" "Estou?" "É, um pouco, Viviane, foi um corte pequeno, deve precisar dar um pontos!" Toca o telefone e é o Mauro. Eu no chão, do jeito que cai. A Bia fala com ele e me dá o aparelho. E eu descubro que, no chão, o aparelho na minha orelha esquerda  não funciona. Vamos mudar de lado e aí eu escuto, apontando o aparelho para cima. "Eu estou parado no trânsito, a Claudia está indo praí! Você está bem?" "Eu ainda estou no chão." Eu, pro vizinho: "O senhor pode ficar tranquilo. O meu ex-marido e minha cunhada estão vindo pra cá. Obrigada, viu?" Fiquei tentando distrair a Bia. "Bia, pega uma toalha!" "É melhor um algodão. Onde tem?", pergunta o solícito vizinho. Ele, ainda todo atencioso, encontra uma almofada de coração e coloca embaixo na minha orelha. E eu, ainda tentando distrair a menina. "Bia, me arruma um copo de água". A toalha ficou suja de sangue. A água eu nem consegui beber, ali, deitada de lado no chão, só consegui me molhar. E, enfim, chegou a Cláudia. "Não se mexe, Vi. Dor nas costas? Vou ligar pro Samu!" Tento evitar; "Não, eu já estava com esta dor... E já tive outras quedas de pressão assim.." Mas não teve jeito, ela ligou. O Mauro chegou, o vizinho se foi, e o Samu parou na frente de casa. Os socorristas me fizeram mil perguntas, me colocaram sentada, viram que eu não tinha quebrado nada e que, aparentemente, estava tudo bem. Depois me colocaram para andar, e alívio, perguntaram: "A senhora quer ir pro hospital de veículo próprio ou prefere ir conosco?" "De veículo próprio, é lógico!" "Eu levo ela no meu carro", disse o Mauro. "Então, vou ver como está o PA e a taxa de glicose e, se estiver tudo bem, pode ir com o seu carro." Mas o PA estava 10x7. "O normal? É 12x8." "Então, a senhora vai com a gente. O PA está muito baixo. Vai que a senhora tem outra síncope (síncope?) no carro e aí ele se distrai, bate, e são dois acidentados. Assim, protocolada é melhor." Bem, eu não estava em condições de discutir com o homem. A essas alturas, a minha cunhada já tinha feito a Bia parar de chorar, a distraia lavando a louça. Eles me deitaram naquela prancheta estreita e me imobilizaram até o pescoço. Na saída do prédio até a viatura, que ficou parada na frente de casa, ainda peguei aquela garoa fina do domingo cedo. "Delícia", pensei. Foi um ótimo passeio para uma manhã de domingo chuvosa. Percebi o quanto a cidade está esburacada.
A maior vantagem de ter sido "protocolada" foi entrar no hospital pela emergência e evitar as três horas e meia de espera do pronto-atendimento. O saldo? Dois pontos na testa, um arranhão no rosto, um dedo ensacado, um analgésico fortão na veia e uma filha me olhando estranho, com medo até de ficar sozinha comigo. "E se você passar mal de novo?" "Bia, você foi exemplar hoje, ótima mesmo. Fez tudo direitinho. E eu não vou passar mal de novo. Pelo menos não hoje ou amanhã. Então, você pode dormir abraçada comigo esta noite?" "Tá bom, então!" "Hoje, Bia, só não posso ver nenhum filme triste. Porque senão eu choro e, está vendo este arranhão aqui na bochecha? Vai arder pra burro!"

:-)

quarta-feira, março 30, 2011

Liberdade à liberdade

Inspirador o Quiroga hoje.

"Dê rédeas soltas a tudo! Neste  sagrado momento seria prejudicial tentar impor qualquer coisa que o valha, ainda que em nome dos mais elevados princípios. Permita que a liberdade encontre o melhor caminho."

sexta-feira, março 25, 2011

...em A Burrice do Demônio

Um colega colocou isso no Facebook e eu adorei.....  É do Hélio Pellegrino

"Assim, deslembrados e alertas, falamos dos íntimos silêncios de carne, de que somos feitos. O sonho, com seu rosto eidético é lâmina de significação que nos trespassa, de um lado a outro. Por isto, em sua imaterialidade, tem um peso de rocha - ou de destino. Acontece que nós, humanos, nas lajes do chão que nos suporta, somos signo e linguagem, enraizados no coração selvagem da vida. É dessa floresta, cheia de rumores confusos, que nos virá o alfabeto pelo qual vamos tentar a decifração do mundo. Um bloco de granito pode ser a matéria que vou talhar para, de seu tutano, extrair o barco de pedra que me levará ao naufrágio. Ou a lápide do meu túmulo, se me disponho a morrer em terra. Ou o monumento por cujo intermédio grito para o mundo minha utopia - ou minha revolta. Seja como for, leio o granito a partir do meu sonho, é este que o decifra - e o trabalha.

Aí, no nascedouro do desejo, está a fome. Dela irão fluir as torrentes de fogo e gelo, os acenos, encontros, despedidas. Sou, por um lado, o meu desejo e, por outro, a espessura terna ou hostil da facticidade que me rodeia. Sou lançado no mundo na angústia e no risco, e o mundo - insistente - me obriga a ser, mesmo quando não quero ser. O mundo me provoca, me convoca, suas flechas estilhaçam o casulo narcísico onde - transido - me recolho, luzes e vozes compõem um enorme vitral diante de mim: tenha eu olhos para ver."

quarta-feira, março 23, 2011

Mão no tomate

Ela agora quer cozinhar. Então, a gente estimula. Em casa, deixa picar os alimentos, acender a água no fogão, fazer o café na cafeteira italiana, sempre com supervisão.
Mas, na casa da avó e da tia, a marcação é pesada. Ela diz que as duas a superprotegem, a tratam com bebê. É cuidado, eu digo, mas ela fica puta com as duas.
Então, ficou superfeliz porque, nas últimas semanas, as duas passaram a deixá-la picar os ingredientes dos pratos que fazem por lá. No domingo, fui buscá-la e a tia anunciou, elogiosa.
- Vivi, a Bia picou quase tudo da torta de bacalhau. E fez tudo direitinho!!!
E a Bia lá, toda triunfante.
Mas, assim que entramos no carro, ela confessou.
- Mãe, tenho que te contar. Cortei o dedo com a faca na hora que estava picando as coisas. Elas nem perceberam...
- Mas você não falou para sua avó e sua tia?
- Eu não. Se eu falo, elas nunca mais me deixam pegar numa faca. E olha que a vó me deu a menos perigosa....
- Mas não doeu na hora.
- Tá doendo até agora, mas eu resisti, não reclamei. E elas não viram.
- Mas, Bia, não sangrou?
- Sangrar, sangrou, mas eu estava picando tomate... elas nem perceberam...

Aprendi mais uma:
Se sangrar, mete a mão no tomate. Vai doer, mas ninguém percebe!
..

terça-feira, março 22, 2011

Depois do amor, o medo

Por que, meus amigos, tem que "sempre" ser assim?

Atração, expectativa, amor, prazer,
medo e medo,
dor e dor...
....e solidão again.

Mas eu sempre acredito no amor no final...

E "sempre", pra mim, é muito tempo.

Por isso...

With A Little Help From My Friends

...eu vou chegar lá.

Eu vou.



quinta-feira, março 17, 2011

Marcado com selo rosa

Enquanto dirigia de volta pra casa, fiquei pensando na pergunta que ela me fez:
"Hoje é daqueles dias que você riscaria da sua agenda?"
Minha primeira resposta, ainda lá no jornal, foi: "Talvez..."
Afinal, hoje as coisas não deram  tão certo quanto eu planejei.
Amanheci toda faceira mas, ao longo dia, o que estava fora do plano começou a acontecer como se o dia estivesse conspirando contra mim.
Primeiro, o velório do pai de uma amiga me mostrando que meu próprio luto ainda não terminou, que ele ainda só está envolvido em uma pele muito fina e fácil de voltar a se romper.
Chorei por ela e com ela, mas sei que chorei muito mais por mim.
Depois, um encontro de trabalho na hora do almoço e outro de amor no final da noite que não aconteceram....
"Oh, dia desanimador!", pensei na hora da pergunta.
Mas, na reflexão dentro do carro, vi que não era mesmo o caso de riscar o dia da agenda.
Afinal, no meio da manhã, eu, lá no fundo, já não queria mais o almoço de trabalho e, logo no final da tarde, o encontro de amor também não fazia o menor sentido para o meu coração. Eu só ia que ter o trabalho de ligar pra desmarcar. E, na verdade, ir ao velório abraçar a minha amiga querida, tentar doar a ela um pouco de conforto - porque era só isso que ela precisava naquela hora - também fez um bem danado para a minha alma.
Então, concluo, de novo na minha vida, o que parece errado está, de fato, no lugar certo.
E o dia, lembrei, também não foi só de notícias e fatos ruins...
Soube que a mudança foi adiada e que ganhamos mais uns 40 dias  no Centro, o que é um alívio.
Conversei com minha mãe e ela está ótima, paparicando a Milly e se cuidando.
E, o melhor tudo, escrevi um conto para o próximo domingo que ficou tão bonito que até a minha editora se emocionou. Veio na minha mesa com os olhos cheios de lágrimas.
Então, cheguei em casa louca para tomar um vinho, escrever tudo isso e ir pra cama.
Tenho certeza que vou dormir como um anjo.
E definitivamente não vou tirar o dia de hoje da minha agenda.
Acho até que vou colar lá na página um selo bem cor-de-rosa.
;-)

terça-feira, março 15, 2011

Várias contas do tempo

- Quanto tempo faz que você está separada?
A pergunta veio assim de surpresa, sem que eu nem sequer imaginasse que iria aparecer. 
- Dois anos - respondi rápido, fazendo uma conta de cabeça que sabia não ser muito fiel. Mas era a mais fácil de explicar.
Tinha várias outras formas de responder, várias outras contas pra fazer, mas aquela era uma conversa tão informal, pra preencher o espaço do intervalo entre nossas aulas. E ele estava só curioso, queria puxar assunto, por que eu ia complicar a história, dar explicações prolongadas?
- Dois anos de separação de corpos. Mas faz pouco mais de um que sai da casa onde morávamos para o meu apartamento.
Enquanto ele me dava conselhos de como encarar esta fase (curioso que muita gente gosta de dar conselhos para separados), eu ia repassando toda a minha história na cabeça. É que eu adoro repassar minha história, me fortalece, me faz sentir um orgulho danado de mim mesma. Eu sei que minha história é rara. Se antes eu e o meu ex éramos um casal ideal, agora somos um ex-casal ideal, com uma separação ideal, fora do comum. Acho isso bom.
Pensei que minha conta poderia ser assim. Tudo na base do cerca de... É que nessas coisas de relacionamento parece que o tempo tem outra dimensão. Não é possível contar com precisão as horas, os dias, os anos. Às vezes, um dia de relação parece um ano.. 
Mas, voltando à métrica mais "social", acho que ficaria assim.. cerca de:
- Um ano (de separação de casas)
- Dois  (de corpos)
- Três (de mente. A decisão tomada, mas a ação paralisada pelo medo da solidão)
- Quatro (a descoberta que acabou, que casamento não se faz só de respeito, mas também de paixão e tesão)
- Cinco (sensação de que algo vai mal, mas não se sabe o que. Será que é minha culpa?)
- Dez (certeza de que há amor e respeito, mas casar não vai dar certo, mas já que estamos aqui, vamos lá)
- Quinze (não há paixão, mas temos respeito e amor construído no relacionamento. Belo discurso, vamos morar juntos, mas acho que não vivo com ele por toda a minha vida)
Ou seja, a gente sempre sabe lá no fundo o que precisamos e, mesmo assim, teimamos em ir contra a nossa intuição. Mas não me culpo mais, porque também há coisas que precisavam ser vividas com ele, o ex. E eu fui muito feliz com, sempre digo. Quando deixei de ser feliz, era a hora de parar.
Só que agora, que a calmaria voltou e a vida parece tomar outro rumo, ou que eu passei a fazer o rumo da minha vida, às vezes lembro do que foi mais difícil. E, incrível!, ainda tenho vontade de chorar!
Quando decidi, imaginei quem me apoiaria e quem seria contra mim. Acho que todo mundo faz isso. Engraçado o quanto me enganei. O pânico e o silêncio vieram de quem eu esperava apoio. Não parceria - porque há coisas que só se podem fazer sozinha, e separação é uma delas - mas apoio, ombro.
E o meu pai, de mais de 70 anos, de quem eu esperava levar o maior sermão da vida, de quem esperava todas as palavras de desencorajamento num discurso moralista, fez exatamente o oposto. E eu passei a admirá-lo mais que tudo nesta vida. Ele disse assim:
- Ah, filha, é por isso que você está assim, sofrendo? Por que quer se separar?! Larga a mão disso, larga esse cara e vai cuidar da sua vida! Você pode muito bem cuidar da sua filha sozinha!
E ele estava certo. Eu posso. Eu já estou.
;-)




quarta-feira, março 09, 2011

Quarta-feira de cinzas

O Carnaval para mim parece um sonho.
Na concentração, eu ando no meio de alas, plumas e penas coloridas me roçando, lantejoulas brilhando nos meus olhos. Os integrantes me olham com curiosidade, afinal, o que será que quer essa pessoa sem fantasia passeando no meio de nós, cheia de fios e fones e celulares pendurados.
Eu me desvio das saias rodadas das Baianas, como se fosse um tipo de pecado encostar naquelas franjas. Umas me olham com bondade, outras com uma certa pena porque, afinal, eu não posso estar mais feliz do que elas naquele momento.
Parecem deusas as Rainhas e Madrinhas, seminuas, nuas, só pintadas, mulheres gigantes, perfeitas em suas plataformas ou saltos agulhas, sempre impecáveis ali. É bom pensar que, fora daquele furor, elas são tão humanas quanto eu, ou você. Mas ali, elas são únicas e intocáveis. Eu, porém, posso esticar a minha mão e tocá-las, sentir que são reais, e ter certeza que é possível ser assim uma deusa naturalmente humana, de carne e osso. Os deuses não deviam ser etéreos. E nem os anjos.
Mas a melhor parte de tudo é mesmo a Bateria. Fecho os olhos e fico ao lado, no corredor de serviço, parada, enquanto o bum bum e o taratata explodem no meio da avenida. É impossível não se emocionar com a emoção e a força dos integrantes da Bateria. Eles estão em outro mundo naquele momento. Um mundo em que só mora o som. Também é impossivel manter o corpo parado. Ele vibra sozinho. Cada músculo, cada osso, cada nervo e o coração vibram no compasso da Bateria. É isso que é sentir o som. É tão forte que, quando percebo, tenho que pular, dançar, mesmo se quiser ficar parada. O meu corpo, nessa hora, não obedece a minha vontade.

Mas lá se foi mais um Carnaval.
O que eu não gosto é da maratona, da tensão anterior, do vazio que fica depois.
Mas do resto, confesso, eu não gostaria de ficar sem.
:-)

quinta-feira, março 03, 2011

E Bota Calhau, aí, gente!

A melhor coisa que a imprensa paulista criou nos últimos anos.

http://botacalhau.blogspot.com/

Ieba!!!

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Tempo certo

Quando você vem...
e vai
deixa em mim, no meu corpo
tatuadas
as suas marcas

Suas mãos
ficam nas minhas coxas
sua barba
no meu colo
seu lábios ficam no meu seio

E seu corpo
inteiro
fica impresso no meu coração

Então, você se vai e,
aos poucos,
com o tempo
suas marcas vão desaparecendo de mim

E
quando resta em mim apenas uma linha de você
Você reaparece e me reencontra
limpa
Pronta
para refazer em mim tudo outra vez

.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Transição

Ela chega pra mim com ar de segredo e me pede com todo jeito para eu tirar os pêlos das suas pernas.

- A Natália já depila desde o ano passado.
- Mas você quer passar cera?
- Não, que dói. Quero que você passe gilete. Ah, vai, mãe, eu quero.

Vamos para a praia e ela quer já parecer mocinha. Mas, de verdade, ainda não sabe direito o que é. Com 10 anos, quer ser mocinha, mas adora ser criança.

De repente, enquanto pensa no que vai levar, se lembra dos baldinhos.

- Estão lá no papai! Vou ligar pra ele.

E, enquanto ela explica pro pai em qual armário e dentro de qual bolsa estão os baldes e pazinhas de plástico que ela ganhou quando tinha 4 anos, eu passo creme na sua perna e raspo fora todos os pêlos negros que ela tinha desde quando nasceu.

-------------
PS - Os baldinhos ficaram na praia, na casa da madrinha, pra algum bebê que ainda vai nascer poder brincar quando chegar a hora. Esta semana ela me pediu de novo para raspar os pêlos de suas pernas.
Não há mais volta!

:-)

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Inverno

Não sou fã da Adriana Calcanhoto, mas a letra desta música é maravilhosa.
É triste, mas estranhamente me deixa feliz.
Também fico pensando onde foi que eu larguei
"o leão que sempre cavalguei"


http://letras.terra.com.br/adriana-calcanhotto/43975/


:-)

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Da janela

Ela me diz que gosta de olhar dessa janela aquela janela, assim, quando não tem nada o que fazer. As cortinas balançam leves e parecem iluminadas por ene luzes multicores, fruta-cor, suaves... O efeito só ocorre à noite? penso. O que será que acontece naquela sala? quarto? sei lá. Não importa. O que há é o que ela imagina, sente...
E eu me lembro que da janela gostava de olhar o sol, sentir o sol nos meus olhos fechados, e o que via era o vermelho vivo, depois rosa, estrelas, e rosa, e às vezes preto, tudo se desmanchando, até aquecer tanto que eu não podia mais aguentar. Ou até alguém me chamar, me acordar. E ainda gosto, mas é raro ter tempo para ficar assim, sem ter o que fazer, só encarando o sol...
..

terça-feira, janeiro 04, 2011

Efeitos da chuva

Domingo, 2 de janeiro. Acordo com aquele barulho delicioso de chuva na minha janela. Adoro. Chove quase o dia inteiro pela cidade. Estou de plantão e o ar fresco me anima. Minhas plantas estão mais verdinhas,  lindas. A chuva parece vida mesmo.

Segunda, 3 de janeiro. Acordo e abro a janela. Há um pouco de chuvisco. Não me animo muito. É o primeiro dia útil do ano para o resto do mundo. O meu foi ontem. Estou cansada deste plantão infinito. Do estacionamento onde deixo meu carro até o jornal tenho que abrir o guarda-chuva. Pela calçada, bato em pessoas com ele e elas me olham feio. Desculpe. De repente, onde está meu celular? Não tenho mãos vazias pra procurar na minha bolsa. Bosta de chuva. À noite, me sinto embolorada... Quero que o céu pare de chorar... estou deprimida.

Terça, 4 de janeiro. Estou de folga. Acordo animada pra fazer mil coisas. Lá fora, mais chuva fina persiste. Mas eu não me intimido. Vou no médico e, depois, na casa de minha amiga. Está tudo bem. O almoço e o papo são ótimos. Mas, de repente, o mundo cai lá fora e a luz acaba. Tranquila, Vivi, você está segura aqui. Respire funda e faça de conta que nada acontece lá fora. A chuva dá uma trégua e eu, com a Bia, vou até o mercado. Tenho coisas importantes pra comprar. A chuva aperta de novo. Fila pra entrar. Difícil encontrar uma boa vaga. Será que todo mundo teve a mesma ideia de se refugiar aqui, droga? Aquela água caindo sem parar e essa gente procurando por liquidações me irritam tanto... De repente, toca o celular. Penso: - Ótimo, preciso de uma boa notícia agora. Mas nada.... - Olha, você esqueceu de pagar uma conta, o juro é alto... Porra, já estou puta com este tempo e mais isso! Eu falo: - Chega, Bia, vamos embora. Compramos tudo amanhã - Mãe, vou te dizer uma coisa, você não fica brava, mas ficou  de mau humor. - É, eu sei, é a chuva. Ela já me bastou... Penso: Se ela não parar logo, eu acho que vou enlouquecer.

..

domingo, janeiro 02, 2011

Solidão e desejo

São duas pessoas tão diferentes que é difícil imaginar porque se aproximam.

Não têm nem gostos, nem hábitos, nem objetivos em comum. Também não convivem no dia a dia.
Resistem até alguns dias, mas acabam se vendo nem que seja no mais tarde da noite.

Por que motivo?, eu me pergunto.

Quero colocar razão onde, talvez, seja melhor deixar só o coração e o instinto mandar. Mas não tomo jeito, quero entender o que é isso.

Pelo desejo, com certeza, sempre... Corpos que se encaixam tão bem, o que é tão raro de se conseguir nesta cidade infinita. Corpos que se amam com o único compromisso de um dar prazer ao outro. É tudo tão simples assim, sem sair de dentro das quatro paredes.

Mas, ultimamente, também pela solidão, eu percebo. Nenhum deles quer largar seu mundo independente, mas a solidão às vezes é pesada demais... Então, se encontram, nem que seja apenas para falar e falar, e rir e brincar. Ou nem que seja apenas para ficarem quietos, sem nada falar.

Entre quatro paredes, duas pessoas tão diferentes, de repente, são tão iguais pela solidão e pelo desejo.

Vou correr lá e contar para eles que descobri o seu segredo.

:-)