domingo, agosto 30, 2009

Abraço de costas

É,  parece que o frio está acabando. Eu vou festejar o calor, o sol, mas vou sentir muita falta de me aquecer dormindo abraçada com a Bia e com a Cléo aos meus pés. As duas são "safadas", como toda criança deve ser.
A Bia me pede para "abraçá-la pelas costas" na hora que deitamos. E adormece com um sorrizinho tão feliz que dá gosto. Só dorme depois que eu leio páginas e páginas para ela, geralmente de gibis da Mônica. Quando eu chego tarde ela dorme com o pai. Mas, pela manhãzinha, se mete para dentro do meu cobertor, toda dona do pedaço. Então, eu peço: "Agora é a sua vez de me abraçar de costas". E, com aqueles bracinhos envolvendo o meu pescoço, eu me sinto no céu até acordar de vez. Mas no calor, dormir abraçada com ela é muito, muito quente. Ela parece uma brasinha incandescente. Então, acabamos cada uma num canto da cama. Na casa nova, acho que vai ser mais fácil. Ela está toda animada com o quarto novo e acho que, enfim, vai dormir sozinha.
A Cléo é mais "ordinária". Durante a noite, ela escolhe qual é a cama mais quente. E fica indo de uma para outra até se decidir. Na minha, sempre escolhe ficar antes de eu e a Bia nos ajeitarmos. É que quer ficar no meio da gente, perto do meu peito. Mas eu a empurro para os meus pés. É impressionante como ela consegue se meter embaixo das cobertas, fazendo de ninho o espaço entre as batatas das minha pernas e as minhas coxas, me encostando o seu focinho frio.
Com o calor, eu a expulso do meu quarto. Não aguento o seu calor. Ela nos atormenta, arranhando a porta da área de serviço, e só sossega quando pensa (se é que cachorro pensa) que estamos todos dormindo.
Eu vou sentir falta da Cléo. Ela vai ficar na casa. Será só visita no ap. A Bia já quer outro cachorro, mas eu estou resistindo à ideia. Aí, vem o pedido de ter um gato, mas eu também não digo nem sim, nem não. Vamos ver...

sexta-feira, agosto 14, 2009

A aventura começou. De fato

Eu sei que a reflexão não é nova, mas é que é muito legal pensar no significado dos papéis que ganhamos e assinamos ao longo das nossas vidas. Vou citar só alguns mais manjados.
O primeiro é certidão de nascimento, papel que estabelece que nós existimos. Sem ela, não há nem como ser reconhecido neste mundo, ter direitos, tomar vacina, ir pra escola, etc e tal.
Depois, vem lá o RG, um número de registro geral. Me sinto como um móvel de uma empresa que ganha uma chapinha para ficar marcado como um "patrimônio". Sem o RG não temos identidade.
Antigamente, a carteira de trabalho era o must. Para muitos, a prova de que o cidadão era trabalhador e gente de bem. Hoje, na economia mais informal, onde os marreteiros e os "pe-jotas" viraram moda, ela está meio em baixa, mas há quem ainda a considere, desde que assinada, um símbolo de retidão e vida acertada.
Tem também quem ache o máximo a certidão de casamento. Um símbolo de amor e compromisso, alguns ainda acreditam. Mas, para este papel eu nunca dei a menor a bola. Sempre o considerei uma formalidade dispensável quando duas pessoas que se gostam querem se unir. Para mim, a certidão de casamento sempre cheirou mais a contrato de sociedade. E, até hoje, não sei porque eu assinei a minha. Penso que foi um momento, fazia parte daquela fase da vida, e achei que ela era uma garantia para as crianças. Mas, acima de tudo, era um ato de carinho, porque eu percebia que assinar era importante para o meu parceiro. O faria feliz.
Hoje, exatamente hoje, eu assinei um outro papel com o meu coração dando saltos de felicidade. Sinto muito, Mauro, mas muito mais do que no dia do nosso casamento no cartório.
Me senti uma criança ao ganhar o presente que pediu para o Papai Noel. Hoje, assinei o contrato de compra do meu ap, talvez o primeiro e único nesta vida.
Colocar lá meu nome foi como carimbar o passaporte para uma viagem a um lugar desconhecido. É como ter iniciado uma daquelas deliciosas aventuras que a gente planeja e planeja, mas que acabam cheias de imprevistos, e, mesmo assim, a gente nunca se arrepende de tê-las realizado.
O papel de hoje também significa uma dívida de décadas e um aperto ainda incerto no orçamento, mas são "pedras" nas quais eu vou pisar com satisfação, sem chororô.
É isso!
Hoje, eu, com orgulho, virei um bobalhona feliz, porque proprietária da minha própria casa!
;-)

quarta-feira, agosto 12, 2009

FINZINHO DE FÉRIAS

Que férias é descanso todo mundo sabe. Mas férias deveria ser também, oportunidade de aprendizado. Não só com as viagens e lugares e pessoas novas que a gente, normalmente, conhece no período de folga. Mas também a dar valor a coisas da vida que, durante o dia a dia difícil que quase todos temos, a gente passa batido, não presta atenção.
Eu, de minha parte, tento aproveitar ao máximo essa oportunidade, já que semana que vem volto ao batente. Passo tardes com minha filha - também de férias por causa da gripe suína - brincado sem a minha costumeira pressa do dia comum, faço com ela caminhadas pelo bairro sem o passo apressado, dou minhas braçadas na piscina do clube sem compromisso com o relógio.
No fundo, queria incorporar esses pequenos atos - que neste momento me parecem tão revolucionários - como hábitos. Acho que nos deixamos envolver demais com o corre-corre do cotidiano e esquecemos de parar para olhar ao redor. Espero que nestas férias tenha conseguido aprender isso. E espero também nunca mais esquecer de curtir o que é simples e está mais ao alcance da minha mão.

quarta-feira, agosto 05, 2009

O mergulho

E eu, de novo, volto a me reconciliar com a água. E com o que eu sinto.

Espero ter aprendido. Espero, nunca mais, desistir deles, abandoná-los, deixá-los para depois, para outra hora, outro tempo....

Quando estou na água, tudo na minha vida melhora... a dor, o humor, a razão, a capacidade de criação...

Penso na água como penso no amor porque ambos são mergulho.

Não falo do amor só por um outro, um objeto, um objetivo, algo a perseguir mas que acaba, ou que se vai.

Falo do amor pelo todo, pela vida, a minha vida, aquela que, enfim, escolhi. Agora eu escolhi, conscientemente.

Assim como a água, o amor eu não consigo prender nas mãos... Se insisto, ele me escapa pelos dedos, e se espalha pelo chão, seca, desaparece...

Mas em ambos eu posso ficar submersa... e deixá-los entrar pelos meus poros, me embalar, me amansar... Ambos passam a fazer parte de mim. Eu quero ficar submersa.

A água pode ser morna, ou mesmo fria... ela me envolve no seu silêncio, e me acalma... Ela é como um outro corpo morno, ou mesmo frio, que me abraça e me deixa ver, através de sua pele translúcida, o seu coração...

Coloco o rosto para fora d'água e lembro: ela também reflete uma realidade distorcida, eu sei, eu vejo agora.

Mas, eu reflito, a distorção está principalmente na sua superfície turbulenta. É superficial. Não é importante. E a minha razão percebe a diferença entre a vida real e a imagem distorcida no meio do turbilhão. Eu só preciso respirar com paciência e esperar passar.

E espero a água se acalmar até voltar os meus olhos para o meu próprio corpo, mergulhado nela.

É... através do amor/água clara e transparente eu me vejo como eu sou.

;-)

sábado, agosto 01, 2009

Os porquês e os oquês da Bia

Mãe, por que não tem dourado e nem prateado no arco-íris?
Por que a Terra é redonda e não quadrada?
Por que a gente é cheio de dobrinha?
Por que os gatinhos quando nascem não abrem os olhos?
O que é "aquela conversa" que sempre falam na TV?
Por que nos restaurantes os garçons são sérios?
O que tem a ver a gripe suína com a minha aula?
O que é paladar?
Por que a gente sente frio?
Por que tem gente que precisa usar óculos?
Por que tem gente gorda?
Por que criança não pode dirigir?
:-)
;-(
(:-o
s(:-(
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