quarta-feira, junho 24, 2009

Bobagens Femininas 1

Começo aqui o que pode ser o início de uma série. A série das bobagens que toda mulher fica feliz em fazer, que se sente o máximo e superpoderosa consigo mesma, sem que ninguém precise elogiar. São aquelas coisas bestas que os homens, principalnete os machões, ficam olhando com cara cínica e pensando: "ela não vai conseguir". E a gente vai lá e consegue. Eles nem precisam saber. A satisfação é puramente pessoal. E basta.

Estacionar de Ré
Modéstia à parte, sou uma ótima motorista. Dirijo 50 quilômetros por dia, todos os dias, e adoro pisar bem. Mas meu calcanhar de Aquiles sempre foram as manobras. Acho que a origem do trauma está lá nos meus 19 anos, quando eu fui tirar a carta: quase levo pau por causa da baliza. O carro não ficou paralelo à calçada, como seria o natural. Ficou a 90 graus, he, he. Mas, no final, deu tudo certo. A carta está aí, há mais de 20 anos, sem nada muito grave que a macule.
Então, nestes dias que quero bombar minha autoestima, nada melhor do que estacionar na garagem de ré. É o máximo. Juro, fico superfeliz com a minha capacidade de manobrar. É mesmo uma grande bobagem, mas saio do carro rindo sozinha e até assobiando.

Quem tiver sugestões de outras Bobagens Femininas é só falar que eu publico.
beijos a todos
:-)

segunda-feira, junho 22, 2009

Sábio conselho

É, parece que agora você se deu conta que não há muito a fazer a não ser seguir o fluxo, no tempo dele. Enquanto os carros param, você poderia fazer o mesmo. Existe sabedoria também em esperar, não pensar, não planejar. Há algo acontecendo com você quando não acontece nada, mas é preciso ficar em silêncio para saber o que é. Contemple a paciência que separa a lagarta da borboleta, a semente do fruto, a noite do dia.

:-)


domingo, junho 21, 2009

O meu rumo

Esse fim de semana foi tão bom, tão cheio de coisas novas para mim, mas ao mesmo tempo verdades antigas, com as quais aprendi mais um pouco sobre essa arte de viver leve. E queria escrever e escrever sobre tudo isso - festa junina, rezas, terços, crianças correndo, idosos sorrindo, amigos novos, muitos amigos, tatuagem cor vermelha, vermelha na flor, no coração...
Mas, aí, me deparei com isso. E isso me diz tanto, mesmo não sendo a minha história exata, nem o final que eu almejo, mas é a história de tanta gente que está por aí. E é isso que me move - saber que eu não sou única, sozinha, que há histórias por aí que terminam bem e outras nem tanto, mas são histórias que eu quero saber e contar. E que a minha é boa, muito boa, porque mesmo com dor, tem me feito aprender, e a melhorar com ela.
Eu não rejeito a dor, mas não quero viver com ela. Creio que ela é parte, mas não é fim.
Acredito na vida, no que ela tenta nos mostrar e ensinar. Acredito nos seus sinais.
A fase agora é de abertura, o coração amplo, aberto, maior do que o corpo, até um pouco sem proteção...
Voltei a amar a vida como ela merece ser amada, a querer a vida com a minha liberdade, com as minhas coisas poucas e simples, as minhas dúvidas e sonhos e até choros.
É uma fase boa, que espero que se estenda. Na verdade, sei que tenho de aprender a preservá-la. E deixar a fase negra para traz, já que passou. Mas sem abandonar quem esteve comigo aí atrás, e me ajudou a ver o meu caminho. Quero trazer todos comigo. Não sei se consido. Nem todos me enxergam e me entendem. É mais fácil me acharem louca.
Hoje disse para uma amiga que encontrei o meu rumo. E é isso - o rumo. Aquele que, às vezes, por distração, ou medo, ou comodismo, ou mesmo por necessidade, a gente sai dele. Acho que estava fora do meu por necessidade.
Mas que, quando nele, não há dúvida, nem medo, nem solidão, nem rancor que nos demova.
:-)

quinta-feira, junho 18, 2009

Sou um ser noturno

Eu me esforço, mas, definitivamente, não funciono direito pela manhã.

;-0

domingo, junho 14, 2009

Festa de aniversário

Ganhei pouquíssimos presentes de aniversário este ano, mas o que ganhei valeu como ouro.
São 43 anos bem vividos, a maior parte deles muito felizes.

Pela ordem:
Um jogo de jantar do ex-marido, muito amigo, pra eu levar pra casa nova.
Um cartão feito à mão em formato de coração, da Bia.
Um cachecol da cunhada, que parece mais o pelo de um coelho.
Uma mensagem de voz de longe, do Zé viajando, que adorei.
Um girassol brilhante, da nova Dani, a Costa.
Dezenas de mensagens no orkut e pelo celular, de amigos novos e velhos, distantes e próximos. (Dos distantes, ajudou muito para apertar a saudades)
Alguns telefonemas da família, pai, mãe, irmão e tias.
Dezenas de abraços e beijos de parabéns.
Um jantar maravilhoso da Ana (bacalhau com grão de bico).
Algumas amigas novas e velhas amigas se aproximando.
Mas, o mais gostoso de todos foi, sem dúvida o bolo de chocolate da Dani, minha amiga mais doce e filha do coração. Quem não comeu, já era. Só no ano que vem agora. Mas pode dar uma olhadinha aqui, só pra ficar com água na boca.

:)

quinta-feira, junho 11, 2009

ANO DOIS

Diz a numerologia que eu entro amanhã no meu Ano 2. Então, só para deixar registrado, lá vai o que dizem os números.

O ano passado foi caracterizado por muito movimento e oportunidades, agora
é hora de separar o joio do trigo, e tomar consciência de onde realmente vale à
pena investir. Plantou as semenstes? Agora é hora de esperar germinar. Paciência
e observância de detalhes importantes. Época boa para cuidar dos relacionamentos
(em todos os níveis), valorize as atividades em grupo. Poderá apaixonar-se ou
desapaixonar-se, relacionar-se super bem ou ter grandes dificuldades nos
relacionamentos, tudo vai depender do seu Mapa Pessoal. Estará envolvido em
reuniões, troca de idéias e movimentações envolvendo pessoas, por isso deverá
tomar cuidado com o que diz, sendo ponderado, aprendendo a ouvir e a se colocar
no lugar do outro. Prepare-se por que, nesse período, a vida vai exigeir grande
capacidade de adaptação, flexibilidade, muita diplomacia e paciência. Para
garantir o sucesso dos próximos Anos Pessoais, procure manter-se em harmonia com
o Ano Dois: ao invés de afirmar-se, simplesmente aguarde os resultados. Confie,
porque nem sempre você estará totalmente ciente de todas as circunstâncias que
envolvem uma determinada situação, o futuro, então, lhe parecerá meio obscuro.
As escolhas parecerão difíceis, devido a uma certa indecisão, é melhor tomar
cuidado e esperar o momento mais propício. Estará emocionalmente mais sensível,
por isso tome muito cuidado para não levar as coisas para o lado pessoal,
enfraquecendo assim sua autoconfiança.

terça-feira, junho 09, 2009

Stand by me, lady Moon

A lua cheia foi a última imagem que vi na rua ao chegar em casa ontem. E a primeira quando abri a porta, às 6h da manhã de hoje, para vir trabalhar. Liguei o rádio e ouvi Stand by me... Ótimo jeito de terminar e começar o dia. Com sonhos na cabeça e esperanças no coração. Nem o fato de madrugar me fez perder o humor.
Diz que a energia da lua cheia nos concede o dom da renovação...
Então, ela tem me ajudado demais. É bom sentir esta leveza. Chorar sem dor, mas simplesmente porque, depois de tanta turbulência, ver a própria vida com clareza emociona.
Tenho me sentido feliz ultimamente. Com um frio bom na barriga pelo que ainda virá, cheia de expectativas, mas feliz, confiante com a vida, com o tempo e principalmente com o amor.
Estou apaixonada pela vida, acho que é isso.
Alguém aí deve me achar piegas, romântica, ingênua e infantil. Tudo bem. E eu estou nem aí para a opinião de gente assim.
A vida, se a gente observa bem, sempre prova que tudo tem saída, que até o que é negro num certo momento, depois, se ilumina. Depois, há outros problemas, mas a gente está mais forte.
Acho que a gente sofre demais porque não aceita esses momentos negros. Quer passar pela vida como se estivesse numa novela das seis. Concluo que o melhor é encará-los de frente, sofrer o que tem que ser, mas sempre sabendo que vai passar.

segunda-feira, junho 01, 2009

Com amor e sabedoria

O meu médico me olhou daquele jeito estranho quando eu lhe disse que estava me separando.
- Poxa vida, Viviane, mas por quê? Vocês estão há tanto tempo juntos, passaram por tanta coisa....
- Mas nós estamos bem, doutor, estamos - cortei, até porque já não aguento mais responder a essa pergunta quando digo para alguém que estou me separando.
O meu médico é um cara novo, mas conservador, como a maioria das pessoas. Acho curioso esse conservadorismo que até as pessoas que parecem "avançadas" demonstram quando eu comunico que estou saindo do meu relacionamento de 20 anos.
Não sei o que é pior nelas - a cara de espanto ou de pena.
Primeiro vem o espanto porque eu e o Mauro somos o que todo mundo idealiza como "o casal ideal". Relacionamento pacato, um não enche o saco do outro, casa boa, renda média mensal também boa. Além de tudo isso, nunca nos viram brigar, nos mal-dizer, nos agredir. Vivemos, sim, em paz.
Quando conto, geralmente a pergunta, que também vem é assim, às vezes até indignada:
- Mas você parece tão bem?
- Sim, estou bem porque estou feliz - respondo, e já emendo a explicação para não deixar dúvidas - O tesão acabou. Sobrou o amor de irmão.
Ou seja, não estou sofrendo com isso. Tenho que explicar que a parte do sofrimento pior é quando a gente descobre que não quer ficar junto e não sabe como dizer para o outro ou como fazer para o outro entender. E que essa parte da história já passou. E veja só, eu sofri muito sim, e poucos perceberam. Mas agora percebem que eu estou feliz. Isso é bom.
E, se não vem o espanto, vem o olhar de pena, como se eu tivesse abrindo mão de uma fortuna incalculável. Em boa parte das vezes vem mesmo os dois olhares juntos, como um míssel acompanhado de uma voz embargada, de pesar e melancólica. Algo assim:
- Mas o que deu errado?
- Não deu nada errado.
Tenho tentado me divertir com tudo isso. Analisar mesmo a reação das pessoas. Percebi que os mais velhos são os que mais me entendem. E as outras mulheres separadas também.
Eu não sou muito fã do Jabor, mas outro dia a Glenda, uma colega de trabalho, me contou que ele fala exatamente o que eu havia acabado de explicar para ela:
- Meu casamento não deu errado. Me irrita quando dizem isso. Deu muito certo. Só um relacionamento que deu certo explica porque estamos nos separando sem rancores, não estamos contando com quantos talheres cada um vai ficar, nem disputando para saber quem vai ficar com o fogão e a televisão. Estamos nos ajudando. A Bia, nossa filha de 8 anos, está participando de tudo, elaborando por conta seu calendário semanal para quando nós, enfim, estivermos em casas diferentes. Com ela, já falamos sobre fim de namoro, amor, divórcio, padrastos e madrastas que poderão vir. Ela não vê a hora da vida dela também mudar.
É raro, eu sei, mas eu gostaria que todo casamento terminasse assim.
E eu espero que a gente seja um exemplo sim.
É nisso que eu acredito, e quero provar que é possível.
Não podia fazer diferente.

PS - Há muitos anos, o Zé, um amigo que havia havia se separado, me mandou um trecho do livro "Ame e dê Vexame", do Roberto Freire. Talvez ele não tenha a dimensão do quanto aquilo mexeu comigo, porque lá estava escrito exatamente o que eu já sabia, mas nunca tinha conseguido expressar em palavras. E nem imaginava que o que eu sentia era possível de colocar em prática. Quando eu li, me senti feliz como uma criança quando consegue ficar em pé pela primeira vez e dar um passo. Tinha vontade de gritar: eureca, é isso! O trecho é o seguinte:


"Quando o amor acaba por ele mesmo, quando existe incompatibilidade entre as personalidades dos amantes, suas reações à perda não chegam nunca ao desespero trágico (...) Os amantes sabem que só se ama por inteiro, ou então o que estão fazendo não é amor, mas uma associação de interesses mútuos, um negócio. Além disso, quando se ama, não se está pensando em segurança, duração, controle, posse, pois isso corresponde à forma com que o autoritarismo capitalista familiar ou de estado se expressa no plano pessoal e afetivo. Se sou um libertário, desejo que tanto eu como meu parceiro vivamos o amor em liberdade, na emoção, no espaço e no tempo. É o amor em sí mesmo que comanda a intensidade, a beleza, a forma e a duração do nosso amor, em cada um e entre os dois, jamais o contrário."

São palavras sábias, mas difíceis de serem vividas.
Como uma criança, - que depois que fica em pé dá muitos tropeços e sofre muitas quedas, mas que enfim sai andando e correndo por aí - o meu esforço é para conseguir viver assim.
Com muito amor e um pouco de sabedoria.
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