quinta-feira, agosto 31, 2006

Centro da minha palma

A numerologia me diz que eu devo ser prática, racional. Mas a exatidão dos números também me leva pra outro lado... Me descreve como alguém que sonha, que não vive sem vislumbrar algo ali no horizonte, muito melhor. Então tá, sou assim: uma racional sonhadora!!
A astrologia ultimamente anda me batendo. Bate e assopra, a danada. Diz que não posso ser preguiçosa, que a hora do ócio não chegou, que tenho que, por Júpiter ou Marte, banir todo o mal que minha alma mesmo construiu.... Uau!! Isso não parece nada animador.
Acho que preciso mesmo é encontrar uma boa quiromante. Tem uma linha na minha mão esquerda que não existia antes. Ela apareceu curta, perdida. Às vezes está muito forte, às vezes muito fraca. Agora apareceu outra, quase que uma irmã da primeira, próxima ao pulso. Parece que as duas querem se encontrar bem no centro da minha palma. Isso deve ter algum significado urgente.
Minha amiga me disse hoje que eu sou uma romântica. Quase me ofendi. Mas, que nada. Me senti lisonjeada. Prefiro ser diferente nesse mundo onde quase a totalidade quer se convencer que o amor não tem graça. E quando falo de amor falo de tudo o que ele envolve: prazeres, dores, certezas absolutas, dúvidas eternas, encontros, desencontros, taças de vinho, etc, etc, etc....
O romantismo só faz bem à alma humana. É tão falso quem foge disso. Tudo o que é belo, tudo o que nos faz sentir mesmo bem passa pelo amor. Pra perceber, é só ligar a antena da sensibilidade e escutar, ver e sentir. Sem falsos pudores ou rancores.
So... Quero mais é ser romântica. Sou mais romântica agora do que quando tinha 20. Acho que é pura virtude ficar romântica aos 40. Duro é mulher que fica amarga aos 40 (o que, aliás, é muito mais comum). Desse mal eu não morro.

sábado, agosto 26, 2006

Quatro Pares

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Se conheceram no trabalho
Se amaram sem saber
Se afastaram pelos outros
Se reencontraram numa festa
Se uniram na alegria
Sob mil promessas
...uma família

Se conheceram na escola
Se amaram na infância
Se afastaram pela bronca
Se reencontraram num sonho
Se uniram por esperança
Sob muita dor
...um filho

Se conheceram num palco
Se amaram pelos gestos
Se afastaram pela vida
Se reencontraram na solidão
Se uniram para sempre
Sob as estrelas
...uma casa

Se conheceram numa esquina
Se amaram às escondidas
Se afastaram em silêncio
Se reencontraram numa busca
Se uniram por impulso
Sob o eterno
...um amor

quinta-feira, agosto 17, 2006

O monstro

Aquele monstro se nutria de nossos prazeres, dos nossos sorrisos, do nosso esforço e da nossa união.

Ele queria a nossa energia para sobreviver, sobrepujar e, por fim, nos esmagar.

No início, ele era um pequeno verme. Mas algumas de nós lhe demos crédito, confiança, respeito.

E ele cresceu e se transformou num ser abominável, que soltava faíscas de ódio e fogo de ressentimento pelos olhos.

Só seu hálito era capaz de nos derrubar.

E, assim, fomos caindo, uma a uma:

A primeira, perdeu o ânimo.

A segunda, o juízo.

A terceira, a paciência.

E eu, a última, a esperança.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Vida astral

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Abro o jornal e vou ler meu horóscopo de hoje. Tenho que morrer de rir e manter meu bom humor. Olha só:

"Sua vida espiritual tem sido um grande objeto de estudo com a Lua em Áries. Isto facilita a junção de partes separadas de sua personalidade, em torno de um ser maior dentro de você."


Aí eu começo a pirar: objeto de estudo parece coisa de cientista maluco, penso. No caso, eu mesma. Será que foi isso que a astróloga quis dizer? Que os geminianos devem fazer autoanálise?
E volta o tema das duas partes querendo se unir. Justo agora que começo a achar que o melhor é ficar assim, dividida, entre o estável e instável, entre o sério e o escracho, entre o amor e a dúvida, entre o ideal e o real, entre o reter e o deixar partir.
Nesses tempos difíceis, minhas opções não têm sido nada lógicas. Escrachada, mergulho na instabilidade do amor ideal para cair na dúvida real e simplesmente decidir que o meu agora se resume em deixar partir.
Ser maior parece que pesa uns quilos a mais no corpo e na consciência. Ser maior seria insistir até a completa exaustão? Ou ser maior significa alguém tão magnânimo e bondoso que chega a ser chato? Alguém que perdoa tudo e aceita tudo do jeito que lhe é dado? É isso que a religião ensina a vida toda pra gente, não é? Esse ser maior não me serve.
Acho que preciso de mais alguns ciclos da Lua em Áries para descobrir qual é esse ser maior que a astróloga diz estar dentro de mim... Por hora, queria deixar o espitual de lado e me contentar em ser de carne e osso, o que já é bem difícil.


terça-feira, agosto 08, 2006

Feliz Ano Novo, Vivi

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Bem, é agora que o ano começa. Parece incrível, mas é isso. Um ano sem parar, com a mente, o corpo e o coração a mil. Mente confusa, corpo em frangalhos e coração não importa. Foi isso que sobrou dos últimos 12 meses. Mas tudo foi pro bem, é certo. A paixão ainda me domina por inteira e inteira eu continuo. E toco o barco inventando coisas pra me manter no foco. E criando, aposto, vou passando o tempo até o tempo ajeitar a minha vida.

So, estou louca pra pular as sete ondinhas e jogar uma flor no mar pra Iemenjá. E pronta pra fazer as promessas de começo de ano que todos sempre fazem (e pouquíssimos cumprem).
Então, vou escrever pra não esquecer.
Em 2006/2007 vou:

1. Ler mais (livros têm enchido minha alma)
2. Escrever mais (é o melhor alívio)
3. Beijar mais a Bia (retorno imediato)
4. Sair mais com minhas amigas (elas seguram as pontas)
5. Beber menos (sou louca sem isso)
6. Comer menos açúcar (só dá tonturas)
7. Andar mais (a solidão da caminhada me estimula)
8. Ir mais ao cinema (fui ver Elsa & Fred no fim de semana; é tão maravilhoso que me questiono como posso ficar meses sem ver algo na telona)
9. Pensar menos no que passou (é o mais difícil)
10. Planejar menos o futuro (nunca funciona)
11. E não esquecer. Mas transformar

sexta-feira, agosto 04, 2006

Penumbra

Gosto de olhar para as árvores na penumbra.
É como olhar para um tempo que eu conheci,
mas para o qual eu nunca mais vou voltar.