sábado, abril 26, 2008

Dez minutinhos

E agora é uma mulher que me atende ao telefone. Ela tem uma voz metálica, cansada e irritada. E, a primeira vez que me ouviu, tenho certeza, se sentiu intrigada. Pensou: "Nossa, isso é hora de mulher estar voltando pra casa?" Pra, depois, pensar: "Mas eu trabalho a essa hora!"
Bem, mas até hoje a sinto despeitada quando fala comigo:
- Central de vigilância, bom dia.
É, geralmente passa da meia-noite quando eu telefono.
Ao escutar o meu "Boa noite, é a Viviane da rua V.. C..", ela responde um "Boa noite" seco, sempre seguido por um 'tchi'. É tão baixo o seu 'tchi', mas dá pra eu perceber a sua má vontade. Esse 'tchi' parece um: "Ah, que saco! Que vontade de xingar essa mulher que me pede segurança!"
Tudo isso só no seu 'tchi'.
O mais irritante é que ela sempre pergunta o número da casa. Todo dia! E eu respondo: "É a 360". E aí ela pergunta qual é o carro. E eu penso: "Que porra! É o Pálio e ela ainda não guardou!" Mas respondo educada: "Pálio azul marinho."
- Quanto tempo?
- Daqui uns 10 minutos.
- Ok - e ela desliga o telefone.

Fico imaginando como ela é. Magrinha e muito miúda, com os cabelos tingidos de castanho claro já meio desbotados, sempre presos em um rabo de cavalo, e vestindo um terninho surrado, às vezes preto, àz vezes azul claro. Ou seja, deve ser horrorosa.

Gostava mais do rapaz que atendia antes. Ele era mais animado. Mais esperto também. Já respondia, assim que ouvia minha voz:
- Oh Viviane, daqui 10 minutinhos, né? Ele vai estar lá!
Simples assim. Sem rodeios.

Outro dia a mocréia não foi trabalhar. Deve ter sido a folga dela. E era o rapaz que estava ao telefone. Fiquei até contente de não escutar a voz metálica. Ele me atendeu assim:
- Ooooh, tudo bem. É o 360, né? (Pensei: "Nossa, que memória. O cara lembra o número de casa e faz um mês que não fala comigo!")
- É isso. Dez minutos e eu estou lá, tudo bem?
- Tuuuudo bem! Ele vai estar lá, tá?
- Tchau.
- Tchau.
Esse deve moreno e meio gordinho. Um pouco mais alto que eu. E não deve usar barba. Roupas? Sempre calças jeans, uma camiseta e por cima um casaco ou um colete. Quando usa camisa, o último botão está invariavelmente aberto (porque é impossível fechá-lo), mostrando um pedaço desagradável de sua barriga. Acho que ele é assim.

Só há um detalhe em tudo isso: desde que a moça começou a atender, nunca mais o segurança deixou de aparecer na minha casa nos 10 minutos combinados. Com o Boa Praça, várias vezes eu fiquei rodando em volta do quarteirão até o motoqueiro chegar. Sei lá, pode ser coincidência, mas não deixa de ser curioso. A moça é antipática, mas até que é eficiente. Já o moço....

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quarta-feira, abril 23, 2008

Começo que não acaba

Depois da saga que não acaba sobre a queda do sexto andar e do vôo tragicômico de balões para a morte, vem o tremor de terra na cidade.
Alguém aí sentiu a terra tremer?
Eu senti. Sensação que se tem quando se levanta rápido da cama de manhã - um bambear. Pequeno tremor. Um delícia de tremor, aliás.
Mas estou cansada. Não temos um dia de trégua.
Devia dar graças à Deus. Afinal, a Isabella saiu um dia do foco, mas o terremoto provocou outro tipo de abalo.
Todos ficam mais enlouquecidos, mas agora em dose dupla. São dois focos. E, ainda por cima, não vamos para o céu, porque não paramos de rir do padre maluco, que se meteu numa aventura sem sentido.
Esse começo de ano não acaba... Será esse o ônus de ter o Carnaval mais cedo, coisa que eu tanto festejei?
O mundo pode parar pra eu descer?
Alguém pode me socorrer?
A impressão que tenho é que as horas e os dias estão confusos. Hoje, não sabia se era terça ou quarta. Por um momento achei que era quinta. E não é primeira vez que sinto isso. Será efeito do feriado? Parece que já estamos em outubro, tanta coisa que já aconteceu este ano na minha vida e na vida do mundo. Mas é só abril, quase maio, aliás. E, em menos de um mês (Não, dois. Olha aí a confusão, não disse?), faço 42. Imagino o que pode vir no meu inferno astral.
E venho pensando nisso tudo enquanto dirijo de volta pra casa. Quase uma da manhã, o que pode acontecer, eu penso? Nada. Mas não é que vem lá um carro na contramão na Avenida dos Estados!!! Penso: eu já estou vendo coisas... Mas não, é um carro na minha direção mesmo. Sorte que desviou antes de me alcançar. Acho que eu não teria reflexos para evitar um choque. Ele entrou na viela de uma favela. Nem na madrugada estou livre das palpitações.
Então, tenho ou não motivos para estar farta deste começo de 2008?

segunda-feira, abril 21, 2008

Da dúvida à saída

E ele, agora, deve achar que eu estou cheia de dúvidas...

Não, eu não tenho dúvidas. Eu, por hora, só não tenho saída!

:-/

PS: "O Mundo Perfeito" está du caralho. Coloco aqui o último post que li. Maravilhoso.

sábado, abril 19, 2008

Divagações

O que eu devo pensar? O que eu devo sentir?
São coisas que eu não sei dizer. E por que deveria saber?
De repente, só o desejo de ser rasa, básica, o desejo de não querer.
...por que tenho a pretensão de ser densa, forte, objetiva, clara?
Por que penso tanto?!!
Por que simplesmente não deixo estar, não espero rolar, não páro de perguntar, de querer saber, de tentar explicar?
Por que não fumo um?!! Unzinho só!!
O que importa se os outros são tão diferentes, ou indiferentes, ou fazem as coisas de forma que não entendo, ou não apreendo?
Por que deixo de lado a minha intuição e coloco lá, no seu lugar, a minha razão?
Por que deixo quebrarem o meu coração?
Por que insisto em colocar palavras onde, às vezes, só cabem olhares?
E na outra ponta da corda, quem é que está? Eu o conheço?
E do outro lado do muro, o que pretendem? Estão lá, me espreitando? Me olhando através do buraco feito a prego? Será?!!
E por que tenho que achar que pretendem algo? Por que tenho que supor?
Me coloco no seu lugar? Ou fico o tempo todo tentando encaixá-los no meu ideal? No meu "mundo real"?
Estou certa ou estou errada?
Talvez, de fato, me falte a capacidade de entender. A humildade de querer compreender.
De fato, talvez me falte a capacidade de me perdoar, me falte a capacidade de confiar...

;-/








sexta-feira, abril 18, 2008

Que seja hoje

E será que, enfim, tudo isso vai terminar hoje? Será que o casal vai se entregar? Eles vão confessar o crime?
O fato é que ninguém aguenta mais o caso Isabella. Pobre garota! Com certeza vai virar santa, ser responsável por algum milagre cantado por algum maluco de plantão logo logo.
Hoje, espera-se, será um dia decisivo: os "suspeitos" vão depor. Acredito que não há jornalista na ativa nessa chamada "grande imprensa" que não esteja louco para que esse caso, que já virou nosso inferno, acabe logo. Se eles confessam, praticamente acaba. O resto é rescaldo.
Por quê?
Porque são plantões intermináveis nas portas de DPs, ICs e etc, em busca de um detalhe, um indício, uma declaração de um parente, um amigo, uma testemunha. É uma competição irracional para "ter acesso" a laudos preliminares, depoimentos sigilosos, informações confiáveis. Todos pressionados para ter o que as TVs e a internet já estão divulgando e algo a mais. Na edição, a preocupação para dar tudo, todos os detalhes, da maneira mais clara, com o melhor texto, a melhor ilustração, a melhor foto. E ficar até tarde na redação, até que a última frase do Jornal da Globo seja proferida pelo William Waack e que o risco de furo esteja definitivamente anulado. Isso por pelo menos mais um dia.
Às vezes me pergunto pra que tudo isso? Faz parte, eu sei, mas pra que serve, no final?
É excitante estar neste turbilhão, é bom saber antes o que todos só saberão no dia seguinte ou até dias depois, mas é triste perceber que também alimentamos a maluquice das pessoas. Há uma turba de gente enlouquecida, perseguindo, xingando e ameaçando o casal, seus amigos e parentes que não têm nada a ver com o pato. Gente como uma mulher que ontem deixou quatro filhos pequenos em casa e andou quase duas horas de condução para colocar um cartaz no portão da casa da família do rapaz os xingando de 'assacinos' (nem escrever ela sabia). Dá vontade de perguntar pra esta dona de ela não tem um tanque de roupa pra lavar em casa.
Na outra ponta da história, há os santificadores, crédulos e de bom coração, que já pedem milagres, acendem velas e criam ongs da paz oportunistas em nome da menina Isabella.
De nosso lado, jornalistas de plantão, está ficando só o cansaço. Estamos esgotados e estressados com o trabalho dobrado que veio com o caso. Fora o clima, porque o assunto é pesado, é triste, é mesmo uma história inacreditável.
Já é um fenômeno de mídia. Em quase 20 anos de trabalho (nossa!!! quase 20 anos!!!) não lembro de um caso que tenha rendido tanta manchete, tanta página nobre dos jornais, tanto espaço nos noticiários da TV, com equipes grandes na cobertura, durante tantos dias seguidos. Já são quase 20 dias. Nem os ataques do PCC mereceram essa atenção.
E será um fenômeno a ser estudado por comunicólogos, psicanalistas, sociólogos, etc, e etc. Logo logo alguém fará uma tese à respeito. Depois haverá um filme. Eu mesma já bolei um roteiro bem sinistro, como se no caso tivesse mesmo o "terceiro elemento". Mas essa é uma outra história.
2008 será pra sempre dividido entre antes e depois do caso Isabella.

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segunda-feira, abril 14, 2008

Tempestade na madrugada

Acordei meio atordoada, mas feliz na madrugada de hoje... O céu parecia cair. Já tinha ido dormir tarde, quase 3, mas o barulhão da tempestade não me incomodou. Incomodada eu estava com aquele calor absurdo de verão fora de época.

Antes de dormir de novo, consegui pensar: será que, enfim, o outono chegou??

Acho que sim. A chuva vinha e voltava, para minha felicidade.

Depois do almoço, quando dirigia para o jornal, fui observando o céu cinzento. Cúmulos nimbos escuros na minha cabeça, cercados por outras nuvens mais claras e com um pouco, muito pouco de azul do céu que ainda teimava em sair. Adoro dias assim. Meio cinzentos, úmidos, com vento não congelante e um pouco de azul celeste.

Hoje, no caminho fiquei com medo do rio. O Tamanduateí estava mais cheio que o comum. Sempre penso que posso perder a direção e mergulhar na correnteza marrom. Não é o medo de morrer afogada. Mas é o de sobreviver cheia de berebas e coceiras que o bosteiro com certeza vai me deixar.

:-)

domingo, abril 13, 2008

Entre Suzana e Lya

Teve uma época que eu gostei muito de Lya Luft. Li uns dois ou três livros dela e me encantei com a forma emotiva como ela descreve os sentimentos mais simples da vida. Nunca concordei com classificação de "auto-ajuda" que alguns dão à sua obra, simplesmente porque a vejo como uma autora sensível. Mas confesso que depois que li algumas de suas colunas na Veja me decepcionei. Não gostei nada das suas opiniões sobre política. E simplesmente me desinteressei por ela.

Mas Lya Luft volta a escrever ficções e não dá pra negar a sua sensibilidade quando se trata de analisar a alma do ser humano. Ela deu semana passada uma estrevista ao Caderno 2 sobre o seu novo livro, que fala sobre a incomunicabilidade, e me deixou um bocado curiosa. Num trecho da entrevista, ela diz porque o assunto a fascina: "a palavra que você não disse quando devia ter falado e a palavra que você disse quando devia ter-se calado. A grande dificuldade nos relacionamentos humanos baseia-se em grande parte na incomunicabilidade, da forma que você vê o outro e como isso pode provocar o preconceito."

É, talvez eu volte a ler Lya Luft.

Mas, por enquanto, estou mesmo interessada é em terminar de ler Suzana Flag. Esta me inspira menos emotividade, mas, em compensação, me deixa muito mais crua.

:-)

sábado, abril 12, 2008

A estranha na foto

Tirei a tarde hoje para organizar as minhas fotos. Tenho centenas delas ainda fora de álbuns, tudo bagunçado, sem saber de qual data são. Assim como quase 90% da humanidade, eu imagino. Consegui organizar um pouco, mas ainda continuo atrasada em dois anos. Preciso comprar mais álbuns e espero ter isso pronto até a mudança.

Mas o barato de organizar as fotos é mesmo revê-las. Como ainda sou antiguinha, não tenho a tal da máquina digital, nada do que registro é apagado. Hoje, encontrei fotos que simplesmente já tinha esquecido. Velhos amigos e amigos velhos. Situações felizes, outras estranhas e até constrangedoras.

Mas fiquei assustada mesmo ao encontrar uma minha, de uns cinco ou seis anos atrás. Não porque me achei diferente ou mais nova. Mas fiquei assustada simplesmente porque não me reconheci nela. É como se aquela não fosse eu. Nada nela se parecia comigo.

Voltando ainda mais no tempo, o coerente seria continuar a não me reconhecer nas imagens. Mas não. Nas fotos de 15, 20 anos atrás, lá estou de novo, brilhando. E de novo estou lá, nas mais recentes. E resplandescente, eu diria. Só naquela, ou naquelas, de um determinado período que não me achei.

Isso parece loucura, talvez. "É fruto do seu amadurecimento", devem dizer os terapeutas de plantão, que colocam tudo na conta do tempo. Mas não sei se é isso. Como diz uma amiga minha, tem gente que só consegue amadurecer em um aspecto da vida, o profissional por exemplo, mas continua um adolescente bobo em outro, como no emocional. Quem não conhece alguém assim?E ainda não sei se é esse o meu caso. Tento porque tento que não, mas vai saber, né? É muito difícil reconhecer a própria imaturidade.

Mas o fato é que eu fiquei pensando durante o resto da tarde e também à noite sobre o porquê desse estranhamento. E, pensando nela, naquela que não reconheci, acho que, sem muita consciência, ela tentava ir contra a sua própria natureza. Ou contra os seus próprios sentimentos e vontades e instintos e intuições. É só isso que eu posso imaginar.

De toda forma, ela já passou e fico feliz que tenha participado da minha vida e passado. E sei que não há mais risco dela voltar, porque agora tenho consciência dela. Naquela época, nem a percebia. E também sei que dela, apesar do estranhamento, sinto um orgulho danado. Como também de todo o resto.

PS: a Bia acabou de me dar um coração. No fundo, não é isso que vale? Ganhar, sem pedir e nem imaginar, um coração do jeito que for pra tomar conta?

Ganhei o meu dia.

Mais um dia.

:-)

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sexta-feira, abril 11, 2008

Só um segundo

E, enfim, depois de quase 15 dias de trabalho pesado, hoje eu consegui parar...

Páro, respiro fundo, sinto o ar encher o meu peito e ele se abre... Há dor.

Há tempos eu não me sentia tão frágil. Tem sido um começo de ano diferente. Intenso.

E não é apenas um motivo.

São emoções à flor da pele, decisões inadiáveis, trabalhos intermináveis, histórias desgastantes, provas de paciência, de competência, de amor...

É como se a cada dia eu tivesse que aprender na marra algo que deixei pra lá em algum momento, teimei em não ver antes, descobri tardiamente, não quis aceitar...

Sinto uma dor real no peito e o ar, às vezes, parece que não vai conseguir entrar. Tenho que me apoiar pra conseguir respirar. Hoje ele entrou com facilidade. O ar.

Alguém poderia me dizer que eu preciso ir ao médico. Mas não é nada disso.

Nunca fui uma pessoa infeliz, depressiva, pesada. Mas sei que tenho estado triste ultimamente. Peço aos meus que me perdoem. E que tenham paciência. Isso não é infelicidade. E nem sinal de desistência, desespero, desesperança. É só um sinal desse período, que no futuro terá sido só um momento, nada mais do que um segundo.
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sábado, abril 05, 2008

Na beira do rio

A semana começou sinistra, ontem o dia foi negro, hoje amanheceu nebuloso.
Mas, veja só: na Avenida dos Estados, na beira daquele bosteiro em que se transformou o Rio Tamanduateí, há uma árvore tão florida, que dá gosto - toda rosa....
Não, isso não vai mudar o meu humor! Não hoje.
Mas, pelo menos, vai me fazer respirar fundo e desenhar um sorriso cínico no rosto ao lembrar que a natureza, por si só, acaba por fazer a vida se renovar.
E, com sorte, melhorar.

quinta-feira, abril 03, 2008

Chuva na Manhã

Manhãs de chuva, como as de hoje, sempre me incomodam. Parece que o dia já começa nos dizendo "não tenha esperança". E a gente é meio obrigado a tirar lá de dentro uma força enorme pra sair da cama e tocar a vida. Porque, no fundo, sabe que isso é só uma sensação passageira.

Espero que amanhã o tempo melhore. E meu desejo é puro oportunismo. Amanhã é sexta-feira e, excepcionalmente, vou entrar no trabalho às 7h. Se acordar com chuva é difícil, madrugar e enfrentar o trânsito dessa cidade ainda é pior.

E, à noite, se tudo der certo, o bar me espera para afugentar de vez qualquer tipo de sensação de tristeza.

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quarta-feira, abril 02, 2008

Angústia

É assustadora essa história da menina de 5 anos jogada pela janela de um prédio na Zona Norte da cidade.
Mesmo que acostumada a tratar com tragédias diárias de todo tipo, não dá pra ficar indiferente quando paro e penso no momento da menina, no que ela passou naqueles poucos minutos que antecederam à sua morte, o seu lançamento pelo ar.
E quem teria coragem de segurar uma garotinha frágil no colo, enfiá-la em um buraco no meio de uma tela de nylon cortada e a jogá-la? Que tipo de ser humano é esse?
Nestes últimos dias só temos falado disso no jornal, buscando fotos da garota, depoimentos de amigos e parentes, tentando, por nós, descobrir o culpado. Será mesmo um bandido que entrou no prédio? O pai seria capaz? A madrasta, afinal, sempre é a madrasta, com a carga de maldade que o nome e os contos de fada lhe conferem... Poderia ser ela?
De madrugada, voltando pra casa, não dá pra não pensar nesse caso, fazer associações (afinal também tenho uma menininha), criar teses que podem ser base de um roteiro sinistro para um filme menos B. Espero que minhas teses sejam todas erradas.
Fica na barriga um frio de angústia, no peito a sensação de brevidade da vida e na cabeça a certeza de que há pessoas que têm um buraco no lugar do coração.

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