sexta-feira, novembro 28, 2008
Céu Negro
Adoro o céu quando ele está assim, escuro, preto, negro. De longe, enquanto corro pela avenida vindo para Santo André, vejo que sobre ele se desenham monstros com tentáculos: são manchas cinza-claro, quase brancas, nuvens frias como o vento lá de fora do carro, que queria ver voar. Corro encantada em direção a essas imagens geladas: o branco no negro, um desenho forte que se transforma sem que ninguém possa fazer nada, que fortalece a madrugada. Enquanto isso, eu penso que tenho que correr menos, mas não consigo ir mais devagar. Penso bobagens: "morrer seria bom assim, na velocidade, num choque rápido, sem dor". Mas não quero morrer. São 30 minutos. Aqui, a nuvem clara desaparece. É que estou dentro dela, suponho. Entrei na nuvem e a noite agora está embaçada. Mas, do lado de fora do carro, o cheiro que sempre me encanta e me envolve: o biscoito quente, saindo no forno, que esquentará o meu sono, meu alegre sono.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
bonito. mesmo.
S.
Engraçado... Em novembro queria morrer, em janeiro ressuscitou....
Postar um comentário