segunda-feira, janeiro 25, 2010

2010 - Primeiro post

É, sumi daqui.
Não tem nenhum motivo especial eu ter parado de escrever aqui. Aliás, não parei. Só não escrevo há quase dois meses. Sempre posso voltar, e sempre vou voltar. Escrever aqui é um exercício delicioso. Um impulso que já me fez muito bem, mas também já fez muito mal.
Engraçado isso.
Uma reflexão.
Poderia dizer que não tenho tido vontade de escrever. Não seria de todo mentira. Nem de todo verdade.
E também poderia dizer que não tenho o que escrever. Seria pura desculpa. Todo dia penso em algo para colocar aqui. Um papagaio no ar graças a mão de um moleque que corre no meio do trânsito, um arco-íris raro na manhã chuvosa, o alagamento do dia, o encontro amigo, as saudades de sempre, os problemas diários, o choro de raiva, sei lá.
Mas o que tenho pensado ultimamente perde a força ao longo do dia e não se transforma em letras, conto, poesia ou o que quer que seja.
Tenho tido as histórias, e a vontade, mas nada disso tem sido suficiente para me tirar da paralisia.
E hoje estava pensando bem sobre isso. Do porquê disso. E o impulso voltou, naturalmente.
Acho que parei por um tempo, suspendi o ato de escrever por impulso porque a escrita, aqui neste espaço, é remédio, é desabafo, e é, principalmente, sem compromisso.
Ela vem naturalmente, como algo incontrolável, fluindo nas pontas dos dedos. Muitas vezes ela me deixou feliz, outras muito triste. Ela também foi instrumento de provocação, foi incompreendida e até irresponsável. E está certo porque é tudo isso que é o impulso na vida da gente. Mas nada disso me fez seguir ou parar. Aqui, escrever, simplesmente é.
Estou numa fase mais comedida, mais reflexiva, mais "pé no chão", talvez. Por isso, acho, os textos feitos por impulso têm sido mais difíceis de serem dedilhados.
Escrevo sim toda semana um conto, obrigação do ofício, história contada ou inventada, com começo, meio e fim.
(Teria eu aí o desafio de encontrar o meio termo entre o impulso e a obrigação? Mas essa é outra reflexão, de outro hora.)
O bom é que, mesmo mais no chão, continuo com os meus sonhos, as meus planos e objetivos reais e surreais. Estar menos impulsiva não significa esquecer que existem nuvens a alcançar. O mundo, para mim, nunca foi  cinza e o meu, ultimamente, anda bem lilás. Ando muito feliz e sem vergonha ou constrangimento de declarar.
Portanto, volto aqui de vez em quando, quando der certo, quando pintar, enfim, qualquer dia desses, quando rolar.

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