quarta-feira, novembro 22, 2006

Sonho pra San

"Ele pula do penhasco direto pra água. Queria morrer. Ela olha, com o coração na mão. Ele afunda na água e submerge. Desaparece totalmente. De repente, ela vê as solas brancas de seus pés surgirem da água (mas por quê raios pelos pés?). Mas, espere, são dois pares de pés. O outro, é o dela própria. Em câmera lenta, os dois emergem aos poucos do fundo da água, de mãos dadas, e vão sentar na areia branca. E ficam lá, se curtindo. Ela no colo dele." Moral da história: ele afunda, ela vê, ela mesmo o salva e tudo termina como num conto de fadas que a Bia adora. Não combina com a vida, né?

Já que você quer falar de sonhos, vou te contar um sonho meu.
Sabe, não sou de dar muita bola pra sonhos. Ou melhor, de me impressionar com o seu significado, porque não vejo neles premonição, mas desejo, e quando a gente sabe o que quer não precisa deles. Eles às vezes confundem mais do que ajudam.
Mas até que um deles, há um ano mais ou menos, me incentivou a procurar amigos dos velhos tempos e foi bom. Na época, sonhei que voltava para Santo André onde eu fazia teatro, mas ela já não era mais a mesma. Como a vida que muda, a cidade naquele local havia sido 'urbanizada'. O local estava uma beleza, por sinal. Era uma praça arborizada. Nunca saí de Santo André, você sabe, mas pra mim é como se estivesse fora daqui sempre. Acho que é porque estudo e trabalho sempre rolaram fora daqui. Aqui é o meu refúgio noturno, meu lado família, minha parte mais íntima. O público está em Sampa.
Voltando ao sonho: não conhecia mais ninguém, mas quase todos que me viam me conheciam, lembravam de mim. A casa onde ensaiávamos era, no sonho, um tipo de hexágono, com uma sala ao centro e várias salas em volta, todas com portas pra esta sala central. Entrei e fui olhando cada cômodo e perguntando pelas pessoas, que naquele exato momento não estavam lá. E de repente, chegam várias, que eu não lembrava mais, quem eram, mas me conheciam. E me virei e lá estava o meu amigo, bem diferente por sinal. Quase não o reconheci, mas ele abriu a boca, falou algo que não lembro e eu acordei.
O sonho me emocionou tanto que resolvi procurá-lo. É engraçado que, no reencontro, acho que descobri que mudamos todos daquela turma, mas não muito. Lá no fundo, temos todos ainda nossos velhos defeitos, tentando superá-los quando o admitimos, mas também nossas melhores qualidades.
O sonho do sono me parece mais aquilo que queremos do que aquilo que vai se realizar. O sonho acordada me parece mais real, mais perigoso, mas mais prazeroso também. Eu, você sabe, ando sonhando demais. Mas prefiro assim. Sabe, amiga, sempre tive urgência de tudo, mas ultimamente tenho parado pra respirar. A vida me obriga a isto. E sinto que não devo ter mais pressa de nada, mas isso é difícil, porque implica eu mudança profunda. Só não posso parar de sonhar.
Agorinha, colocando a Bia pra dormir, só conseguia pensar no quanto é grande este amor que sinto por ela. Isso parece um sonho e é tão real. E disse que queria beijá-la aos montes e a danada, de olhos fechados, se aproximou ainda mais pra ficar perto dos meus beijos, ameaçando um sorrizinho maroto. É mais que um sonho, não é? É nessas horas que você acha que pode até morrer porque, até agora pelo menos, conseguiu fazer tudo que devia e podia do melhor jeito que sabia. É como o seu Chico lá no seu blog, dividindo sonhos com você.

Bem, se eu morrer hoje, você sabe onde estão os meus segredos e pra quem entregar, ok?
Mas, tranqüila, não vou morrer não. Sou vaso ruim.

Hoje não vamos nos ver, eu acho. Se voltar cedo, a gente toma um café.

Beijos

5 comentários:

Anônimo disse...

gostei de saber mais do seu sonho... não divulguei o blog pq não sei direito ainda o q quero com ele, mas a idéia seria mais ou menos isso, um espaço pra gente falar dos sonhos... e quem quisesse tb mandaria poemas ou outros textos, vou perguntar pro Vítor o que ele acha, como se poderia propor isso a outras pessoas... mas confesso que tb tenho medo de virar uma bobagem, uma avacalhação e daí pode ser melhor ficar como tah (e toh curtindo pacas!!)
voltando aos sonhos, não acho que sejam premonições, nem reflexos de desejos reprimidos, embora em teoria (tantas!!) possam ser tudo isso... no momento, pra mim, são a beleza possível, o campo onde podem surgir sinais da beleza, sinais de uma realidade menos oca, sei lah...
fomos ver a Elza ontem (num japinha da Vila Mariana) e ela tah 10! Vamos todas viver... mais, muito e melhor!!

beijos
sandra

Anônimo disse...

Acho que sonhar alimenta a alma...

Vivi disse...

E alimenta mesmo...
Sem sonho, agente amarga, é um horror.
Meu maior medo é virar mulher amargurada.
Será que corro algum perigo?

Anônimo disse...

Não me faça rir, Vivs!

Anônimo disse...

cada dia descubro mais e mais o quanto quero ter um filhote pra sentir todo esse amor que vc descreve pela Bia. Acho que o amor por um filho é algo único. bjs mil. ótima semana.