quarta-feira, agosto 05, 2009

O mergulho

E eu, de novo, volto a me reconciliar com a água. E com o que eu sinto.

Espero ter aprendido. Espero, nunca mais, desistir deles, abandoná-los, deixá-los para depois, para outra hora, outro tempo....

Quando estou na água, tudo na minha vida melhora... a dor, o humor, a razão, a capacidade de criação...

Penso na água como penso no amor porque ambos são mergulho.

Não falo do amor só por um outro, um objeto, um objetivo, algo a perseguir mas que acaba, ou que se vai.

Falo do amor pelo todo, pela vida, a minha vida, aquela que, enfim, escolhi. Agora eu escolhi, conscientemente.

Assim como a água, o amor eu não consigo prender nas mãos... Se insisto, ele me escapa pelos dedos, e se espalha pelo chão, seca, desaparece...

Mas em ambos eu posso ficar submersa... e deixá-los entrar pelos meus poros, me embalar, me amansar... Ambos passam a fazer parte de mim. Eu quero ficar submersa.

A água pode ser morna, ou mesmo fria... ela me envolve no seu silêncio, e me acalma... Ela é como um outro corpo morno, ou mesmo frio, que me abraça e me deixa ver, através de sua pele translúcida, o seu coração...

Coloco o rosto para fora d'água e lembro: ela também reflete uma realidade distorcida, eu sei, eu vejo agora.

Mas, eu reflito, a distorção está principalmente na sua superfície turbulenta. É superficial. Não é importante. E a minha razão percebe a diferença entre a vida real e a imagem distorcida no meio do turbilhão. Eu só preciso respirar com paciência e esperar passar.

E espero a água se acalmar até voltar os meus olhos para o meu próprio corpo, mergulhado nela.

É... através do amor/água clara e transparente eu me vejo como eu sou.

;-)

2 comentários:

Anônimo disse...

bonito!
San

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Oi Vi,

Tudo bom? Espero que as férias estejam sendo ótimas. Aproveite.

Beijos,

Bela - A Divorciada