O poema não é meu, mas me foi dado de presente. Então, merece estar aqui. Os destaques são meus.
Oscar Wilde
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábito.
Fico com aqueles que fazem de mim Louco e Santo.
Deles não quero respostas, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e que aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão
pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos e nem chatos.
Quero-os metade infância e a outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos
para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos nunca
me esquecerei que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
7 comentários:
:)
Sandra
oi!
ganhei beleza e reparto :)
bjs
San
TRÊS METADES
Paulo Leminski
Meio dia,
um dia e meio,
meio dia, meio noite,
metade deste poema
não sai na fotografia,
metade, metade foi-se.
Mas eis que a terça metade,
aquela que é menos dose
de matemática verdade
do que soco, tiro, ou coice,
vai e vem como coisa
de ou, de nem, ou de quase.
Como se a gente tivesse
metades que não combinam,
três partes, destempestades,
três vezes ou vezes três,
como se quase, existindo,
só nos faltasse o talvez.
oi Vivi!
Veja se não é bonito:
IRMANDADE
Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Mas olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.
Octávio Paz
(Trad. Antônio Moura)
bjs
Sandra
Vivi do céu... Entrei aqui e rolei a página até o final, antes de qualquer coisa, para acompanhar o momento. Me emocionei muito com as suas histórias, pois estou num momento extremamente parecido. O d"as mudanças acontecem todas juntas" foi o máximo!
Saí das trevas e voltei a blogar. De maneira parecida com teu outro post em que fala de escrever sem compromisso. Mudei de status civil também, há dois meses, e ainda estou me acostumando. "Lençóis novos" foi lindo! Enfim... muitas emoções pra um comentário só... rs Um grande beijo!
vou ter coisas tristes pra fazer hoje... foi-se embora uma amiga da minha irmã, Berenice...ela tinha um blog: 'Berenice disse...'
bjs Vivi.
Se puder, me liga.
Vou estar em S.Bernardo.
Sandra
(mais um poema recebido e repassado!) bjs - Sandra
Volto armado de amor/
para trabalhar cantando/
na construção da manhã./
Amor dá tudo o que tem./
Reparto a minha esperança/
e planto a clara certeza/
da vida nova que vem.
Um dia, a cordilheira em fogo/
quase calaram para sempre/
o meu coração de companheiro.
Mas atravessei o incêndio/
e continuo a cantar./
Ganhei sofrendo a certeza/
de que o mundo não é só meu.
Mais que viver, o que importa/(antes que a vida apodreça)/
é trabalhar na mudança/
de que é preciso mudar.
Cada um na sua vez,/
cada qual no seu lugar.
(Thiago de Mello)
está bonito o que escreve Isabela sobre o Saramago...
bjs
San
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