sábado, outubro 02, 2010

Passatempo

É engraçado como as coisas comuns da vida ficam tão sem sentido quando a dor da morte que parece certa chega assim tão perto de você.
Nada parece ter mais muita importância.
Mas, o mais curioso, é que é para o dia a dia insosso que a gente quer correr quando a morte se aproxima.
Ele poderia ser ruim, mas é nele que está na nossa proteção contra a dor.
Então, a gente tenta mergulhar no mesmo ritmo antigo, insistir nas mesmas ações mornas, retomar antigos desejos superficiais não-realizados.
Mas, aí, isso que a gente chamava vida parece que é só uma distração, um passatempo.
Você tem que encontrar um outro sentido para as coisas.
E aceitar que aquela dor da morte próxima te mudou tanto que é impossível ser a mesma de antes.

Um comentário:

Nádia Argeri Burghi disse...

Beijo, beijo e, se precisar, fala...