segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Da janela

Ela me diz que gosta de olhar dessa janela aquela janela, assim, quando não tem nada o que fazer. As cortinas balançam leves e parecem iluminadas por ene luzes multicores, fruta-cor, suaves... O efeito só ocorre à noite? penso. O que será que acontece naquela sala? quarto? sei lá. Não importa. O que há é o que ela imagina, sente...
E eu me lembro que da janela gostava de olhar o sol, sentir o sol nos meus olhos fechados, e o que via era o vermelho vivo, depois rosa, estrelas, e rosa, e às vezes preto, tudo se desmanchando, até aquecer tanto que eu não podia mais aguentar. Ou até alguém me chamar, me acordar. E ainda gosto, mas é raro ter tempo para ficar assim, sem ter o que fazer, só encarando o sol...
..

2 comentários:

Nádia Argeri Burghi disse...

Conheci uma menina (tínhamos a mesma idade, uns 12 anos) que toda vez que ficava aborrecida ou pensativa se colocava na frente da janela do quarto da mãe. Eu achava aquilo estranho... aquele estado de contemplação, de entrega. Ela dizia que olhando a janela ela pensava nas coisas que viriam, nas pessoas que estavam lá fora. Dizia que quando ficava olhando para fora ela fugia e que ninguém via seus olhos brilhantes de lágrimas.
Os anos passaram, a mãe morreu e ela herdou o apartamento e a janela. Um dia ela não resistiu a força da janela e se jogou.
Coincidência do dia: hoje, exatamente hoje, faz 8 anos que ela morreu. Triste lembrança.

Vivi disse...

Nossa, dear, história bem sinistra a da sua amiga. E coincidência com o meu tema mesmo. Mas xô tristeza, né? Te vejo no sábado.
beijos