E ela agora vai furar a minha pele.
A agulha fina sugando a minha vida.
Não sinto dor, só a invasão.
E penso: o seu olhar terno me amolece.
Por uma vida você me oferece a sua mão.
E eu a afasto e digo não.
Você reclama e diz: 'você sempre diz não.'
Isso virou piada.
Eu aqui, meio virada, curtindo essa profunda solidão.
A vertigem passou, o nó foi desatado.
Agora, uma nova fase, um novo quarto.
'Me siga, tire a roupa, ponha um avental.'
'Deite, relaxe, ela já vem.'
Tudo é rápido, gelado, anti-séptico.
Pego o carro, quero ir embora, vou comer.
A vida corre. E eu, por você.
Sem você.
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