- Bia, eu sou uma bruxa, você sabe! - eu provoco a menina, sem dó nem piedade, desde que ela começou a entender o que é uma bruxa.
Antes, ela chorava de verdade, lágrimas escorriam do seu rosto.
- Não é não, mãe, não é!
- Mas, Bia, eu sou sim. Até nome de bruxa eu tenho, sabia? Viviane, nome de bruxa, bruxa! E você é uma bruxinha!!!!
- Pára, mãe, não sou, você não é bruxa! - ela brigava e vinha me empurrar. E eu, má como só uma bruxa, ria e ria e ria.
Esta semana estamos lá, lendo um livro deitadas da cama. Livro sobre uma festa em que só podiam ir bichos, fadas e.... bruxas.
- Oba, eu posso ir. Afinal, sou uma bruxa, você sabe!
E recomeça a ladainha.
- Não é!
- Sou!
- Não é!
- Sou!
Então, ela percebe que pode mudar o jogo. E faz o desafio.
- Se é, faz então desaparecer a.... - ela procura algo pelo quarto - esta televisão!
Me surpreendo, já orgulhosa. E não perco rebolado. De fato, penso: "Ela está crescendo."
- Fácil, fácil!
Movimentos de mão teatrais, palavras "mágicas" inventadas na hora, olhar fixo na TV e, tcharam!!!!
- Viu? A televisão sumiu! - fantasio.
- Ah, mãe, sumiu nada. Olha a televisão aí? - aponta rindo.
- Só você que está vendo a TV aí, Bia. Pra mim, ela sumiu!
- Ahhh, tááá!! Então, eu sou uma bruxinha mesmo. Porque sou a única que tô vendo ali televisão que você acabou de fazer desaparecer!!
É, ela tá crescendo mesmo.
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