domingo, maio 11, 2008

Trocando as telhas

E, agora, que a tempestade passou, que a água abaixou e deixou a casa, e que o céu vai ficando claro, o que é que a gente vai fazer?


Vamos varrer o quintal, colocar as folhas e os galhos que caíram das árvores em um saco plástico e deixar lá fora para o lixeiro levar?


Vamos tirar a lama e secar o térreo da casa, que inundou, colocar os móveis nos seus lugares?


Secaremos as vidraças, abriremos as janelas para o ar entrar e expulsar daqui o cheiro de cachorro molhado?


Lavaremos as roupas que se molharam e mofaram e vamos colocá-las no varal para elas secarem ao sol?


E, finalmente, subimos no telhado para trocar aquelas telhas quebradas? Por causa delas, uma goteira se formou bem em cima de nossa cama, o colchão encharcou e nem dormir juntos a gente pode. E, engraçado, que minha prepotência nem deixou eu imaginar que existiam telhas quebradas no nosso telhado. Estou com saudades do seu calor.


Podemos, sim, fazer tudo isso. Tem só que sair dessa paralisia e tomar coragem. Respirar fundo e começar.


Há vantagens em tudo isso, eu vejo. Eu sempre vejo a luz no fim do túnel, o bem no meio da inevitável confusão que vem com a tempestade.


O ar fica mais fresco, a gente aproveita e também joga fora o lixo que deixou acumular por tanto tempo, por causa da incerteza sobre se um dia a gente ia ou não usar de novo.


Vai dar muito trabalho essa limpeza, eu sei. É difícil e cansativo recolocar tudo no lugar, ou decidir os novos lugares das velhas coisas (É que a gente nunca se livra totalmente das velhas coisas). Mas pensar na casa limpa, clara e fresca é sempre um incentivo. Um alento.



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