E eu, de novo, volto a me reconciliar com a água. E com o que eu sinto.
Espero ter aprendido. Espero, nunca mais, desistir deles, abandoná-los, deixá-los para depois, para outra hora, outro tempo....
Quando estou na água, tudo na minha vida melhora... a dor, o humor, a razão, a capacidade de criação...
Penso na água como penso no amor porque ambos são mergulho.
Não falo do amor só por um outro, um objeto, um objetivo, algo a perseguir mas que acaba, ou que se vai.
Falo do amor pelo todo, pela vida, a minha vida, aquela que, enfim, escolhi. Agora eu escolhi, conscientemente.
Assim como a água, o amor eu não consigo prender nas mãos... Se insisto, ele me escapa pelos dedos, e se espalha pelo chão, seca, desaparece...
Mas em ambos eu posso ficar submersa... e deixá-los entrar pelos meus poros, me embalar, me amansar... Ambos passam a fazer parte de mim. Eu quero ficar submersa.
A água pode ser morna, ou mesmo fria... ela me envolve no seu silêncio, e me acalma... Ela é como um outro corpo morno, ou mesmo frio, que me abraça e me deixa ver, através de sua pele translúcida, o seu coração...
Coloco o rosto para fora d'água e lembro: ela também reflete uma realidade distorcida, eu sei, eu vejo agora.
Mas, eu reflito, a distorção está principalmente na sua superfície turbulenta. É superficial. Não é importante. E a minha razão percebe a diferença entre a vida real e a imagem distorcida no meio do turbilhão. Eu só preciso respirar com paciência e esperar passar.
E espero a água se acalmar até voltar os meus olhos para o meu próprio corpo, mergulhado nela.
É... através do amor/água clara e transparente eu me vejo como eu sou.
;-)
2 comentários:
bonito!
San
Oi Vi,
Tudo bom? Espero que as férias estejam sendo ótimas. Aproveite.
Beijos,
Bela - A Divorciada
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