quarta-feira, março 26, 2008

Ter amigos dá trabalho

Então, Bia, hoje você brigou com o Augusto. Vocês estavam brincando de um tipo de polícia e ladrão, ele era a polícia e pegou você. Até aí, tudo bem, mas o duro foi quando ele te levou pra cadeia, não é? E te colocou lá com tanta força que você se desequilibrou, caiu e bateu a cabeça. Ah!, Bia, não chore! Eu sei que está doendo. Mas, pense bem, o Augusto não fez por mal. Ele não planejou te machucar. O Augusto, apesar de ser mais novo que você, é bem maior e forte. Tenho certeza que, quando ele te colocou na cadeia estava só brincando. Achou que você também se divertia. O Augusto é um menino bom que não tem a noção da força que possui. E errou a mão. Você caiu e doeu. Mais que a batida na cabeça, eu sei que o que doeu foi o empurrão, não é? Acho que você devia procurá-lo amanhã e explicar que ele deve tomar mais cuidado quando for brincar com você. Expor a tua delicadeza. Faz parte da sua natureza. Se explicar, ele vai entender, porque pode ser grande, mas é sensível. Não, Bia, não faça assim! Não fique com vergonha de dizer para um amigo que ele está errado e te magoou. Porque, se ele não sabe o que fez de errado, nunca saberá o que te afastou dele. Sei..., ele não pediu desculpas na hora, você me diz... Ora, com certeza ele nem sabe como fazer isso. Mas você, você sabe o quanto ele é importante e, tenho certeza que, se explicar tudo pra ele direitinho, vai ficar tudo bem. Te peço, não seja tão orgulhosa, assim, tão nova. O que é ser orgulhosa?? Bem, isso que me diz é um exemplo do que é o orgulho: não querer conversar com o Augusto alegando vergonha. Porque ele não se desculpou, você achar que não pode ter a iniciativa. O orgulho, em algumas situações, pode até nos fortalecer, mas ele não é bom companheiro pra quem quer ter bons amigos. Sabe por quê? Porque, pela vida, a gente tromba com muitos Augustos. Amigos que nos magoam e nem sabem. Amigos que não entendem a sua força e nos estraçalham. Não, nós, adultos, não ficamos levando empurrões de amigos grandalhões o tempo todo. Não é isso. O que ocorre é há amigos que dizem e fazem coisas que nos atingem com tanta força que é como se um trator passasse por cima da gente. E se a gente não tem a capacidade de entender e perdoar, lá se vai o amigo. E a gente também tem que cuidar pra não se transformar em um Augusto. Você entendeu? Não, não entendeu nada, né? Eu vou exemplicar. É obrigação da gente falar quando um amigo pisa na bola. E a gente tem que tomar cuidado pra não pisar na bola com o amigo, não ser igual ao Augusto. E, se pisou, tem que resolver o mais rápido possível. Porque quando a gente não fala na hora, deixa o tempo passar, o que pode acontecer é aquela mágoa virar um calo e um incômodo eternos. Por isso, Bia, amanhã, quando você chegar na escola, converse com o Augusto. Se precisar, dê até uma dura nele. Ele é um menino esperto. Tenho certeza que ele vai sacar e vai te pedir desculpas. E, o que é melhor, vai tomar mais cuidado da próxima vez que quiser te prender.
Então, agora, boa noite. Vai pra cama que eu vou te cobrir.
Um beijo.
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E, no dia seguinte

Sabe, mãe, foi fácil falar com o Augusto. Eu cheguei pra ele e perguntei: Augusto, sabe ontem? Você não esqueceu alguma coisa? E ele respondeu: Ah, Bia, desculpa!

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3 comentários:

Anônimo disse...

mandei pra ti hoje de tarde um
email enorme, sobre a inconveniência da comunicação
mais séria via emails, blogs e afins... coincidência ou não,
deu pau no meu hotmail e... perdeu-se tudo!!! sinal que é bem melhor falarmos :)

me liga
bjks
Sandra

Anônimo disse...

obrigada, mãe Vivi... segui o conselho que vc deu para a Bia. Deu certo para mim também.
muitos beijos...

Vivi disse...

Inda bem, Nádia, inda bem.
beijos