quarta-feira, abril 19, 2006

O desafio

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A Marina desafiou e eu aceito de bom grado.
A brincadeira é a seguinte: confessar cinco manias e passar a bola pra outras cinco seguirem.
Vou atrás dos passos da Marina e passo a bola primeiro: Dani, Ana, Sandra, Del e Nadia. Coloco seu link, Dani?

A próxima etapa é mais difícil: selecionar as manias. Porque mania é vício e virtude que nem sempre a gente está disposto a reconhecer. Por isso, demorei pra responder.
Então, vou começar com as mais básicas e termino com as mais vergonhosas de confessar. Mas vamos lá:

1 – Eu não saio de casa sem brincos. Sem eles me sinto nua. Mesmo atrasada já cheguei a voltar pra casa para colocar brincos esquecidos em cima de alguma cômoda. Já comprei pares na rua ao perceber que estava sem. E, de vez em quando, ando com pares sobressalentes na bolsa para não correr nenhum o risco.

2 – Eu sempre passo batom no trânsito. Dentro do carro, parada no farol, na direção ou não. Raramente saio de casa com lábios pintados. O batom é quase um equipamento do carro. E, ao colorir os lábios, lembro automaticamente da personagem da Isabela Garcia na novela Bebê a Bordo, novela babaca que eu não consigo esquecer. Tudo por causa de um namorado na produção (ehhrrr!!). A garota passava batom no ônibus sacolejante e não borrava nada. Que inveja! Só na novela mesmo!

3 – Eu durmo de meia. Podem rir à vontade. Adoro uma meinha. Uma vez, fui dormir na casa da Beth e esqueci a meia. A menina morava do lado do zôo e fazia lá um frio daqueles. Aí, pedi a meia. Morrendo de rir, ela me emprestou um par do marido, que não estava lá. Só deixo as meias de lado se o calor está infernal. Ou se... bem, essa é outra história.

4 - Eu encaro as pessoas na rua. Mania de criança. Lembro do meu pai na feira me dando o maior bronca: ‘Menina, para de encarar os outros. Qualquer dia você vai levar uma na orelha’. Mas não consigo parar. É como se eu procurasse incessantemente alguém que não sei quem é. Sempre olho pra perfis, na esperança de ser um velho conhecido, um velho amigo, um velho amor. Quando alcanço os olhos da pessoa, o estranho, disfarço rapidamente, viro a cara, como uma imbecil. Dá pra contar nos dedos o número de vezes que encontrei alguém assim.

5 – Eu sempre imagino a morte das pessoas que amo. Mania esquisita. Já me achei maluca por causa disso. Agora, nem ligo mais. Sinto minha reação e depois penso na minha própria morte, de como as pessoas reagiriam. Isso parece pesado, e deve ser mesmo. Mas também é uma mania de criança. Comecei pensando na morte de meus pais, depois na do meu irmão... Cresci e a morte de meus melhores amigos e amores passaram a fazer parte dos meus pensamentos. Há tempos conclui que é uma forma de preservar quem eu amo e desencanei. Deixo o pensamento mórbido vir e espero que ele passe rápido. Com quase 40, é impossível impedi-lo. É como se eu, imaginando a morte de quem amo, a evitasse. Só uma morte eu não ousei imaginar. E essa foi a única que me atingiu.

3 comentários:

Anônimo disse...

eu comecei a fazer a lista, mas ainda não consegui terminar

Vivi disse...

Você tem todo tempo do mundo, baby.

Jorge Cordeiro disse...

hahaha, caramba!! essa brincadeira é otima!! E vou confessar, duas das suas manias eu também tenho: dormir de meia (é batata, se não dormir assim, fico gripado!) e encarar as pessoas na rua!