sábado, maio 13, 2006

Monte de coisa alguma

(Aviso aos navegantes: esse texto vai ser um saco para quem não tem saco para bobagens e divagações. Melhor não ler. O próximo, prometo, será melhor)

Chego em casa nessa madrugada, não faz nem uma hora que sai da frente de um micro, e tudo em que eu penso é em me conectar de novo. Eu devo estar ficando retardada... Mas não consigo parar de pensar... e respirar fundo... e relaxar.

Devia chegar louca pra ir pra cama, deitar com as duas criaturas que lá me esperam, e que amam, e que me querem, mas eu não consigo... Minha cabeça vai a mil por hora, enquanto meu corpo dói de ponta a ponta.

Mas não penso nada que preste. Nem consigo escrever nada que valha. Me sinto fria como um iceberg, oca e mergulhada numa escuridão que não tem fim. Mas sem culpa. Quem quiser, que me leia e me escute. Tô me lixando.

Solidão...

Outro dia a Bia, com seus 5 anos, me disse que estava só. Dei risada e ela me disse: Estou sozinha de você, mamãe... sozinha de você... sozinha de você... Não consigo esquecer essa frase. Mas não tenho nada pra fazer com ela. Talvez porque me sinta sozinha de mim há muito tempo.

Aqui na frente dessa tela, bebendo minha cerveja Itaipava numa tentativa inútil de tomar um porre, nesse delicioso silêncio da madrugada... Lá fora uma bela lua, o frio de novo seco... Aqui dentro, uma dor sem fim...

Hoje, eu me dei ao direito de mudar todas as rotinas e quebrar todas as promessas. Levei a Bia na escola, cheguei no jornal depois das duas, não fui beber com a Dani, não fui na festa do Hugo, não voltei pela avenida dos Estados, corri na Anchieta, reduzi em Santo André, cheguei em casa pela rua de cima... Tudo diferente pra ver se algo muda, se um milagre acontece...

Mas nada muda.

Daqui um mês faço 40...

É engraçado como esses dois algarismos têm mexido comigo. Quando penso neles e olho pro espelho só vejo marcas, manchas, fios brancos e olheiras. E sei que nem é tudo isso. Mas é isso que enxergo. Tenho impressão de que no dia 13 de junho, um dia depois do Dia D, vai estar tudo caído.

Por dentro, ironia, minha percepção do mundo e de mim passa por um revolução. Uma revolução que me dá medo... Que não sei se vou ver o fim. O fim...

Agora é o fim. Vou dormir.

Nenhum comentário: