sábado, outubro 04, 2008

Dezessete horas fora do ar

E como pode ser possível acreditar que eu iria ficar tão feliz com uma agulha entrando na minha veia. Eu sentada numa poltrona, e a agulha sendo meu amuleto, minha sorte, minha paz. "Me faça dormir, querida, tudo o que eu quero dormir."
E dormi. Dezessete horas de sono, abrindo o olho aqui e ali, me esforçando pra prestar atenção em alguma coisa, mas dormindo. Dormiria mais, se não ouvisse o chamado. E eu também chamei.
"Te liguei porque ouvi você me chamando agora mesmo", me disse meu pai do outro lado da linha, me acordando, enfim. Quinhentos quilômetros de distância e ele me escuta. Isto está começando a ficar comum. Em menos de dois meses, é a segunda vez que ele me escuta pedindo socorro.
E, por mais que quisesse, não voltei pra cama. Não dava mais. Não eu. Vou carregar essa cabeça que está explodindo de dor por causa da falta da cafeína, nenhum analgésico será capaz de curá-la, mas eu vou sair daqui, enfrentar o trânsito e ir pro trabalho.
É isso aí. Acabou a vontade de dormir.
Agora, só tenho vontade de seguir....

:)

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